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“É o governo mais fatiado que eu já vi”, afirma Paulo Gontijo, presidente do LIVRES
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O governo Bolsonaro veio com tanta expectativa que qualquer coisa além de excelente pareceria pouco. Os 4 meses de festival de crises desnecessárias desanimaram um pouco até os liberais que militam pela Reforma da Previdência de Paulo Guedes. O presidente do LIVRES diz que dorme tranquilo todos os dias e jamais se arrependeu sequer por um minuto de ter debandado do PSL com a entrada de Jair Bolsonaro na sigla. O que se esperava de diferente não parece ser tão diferente assim.

É o governo mais fatiado que eu já vi, só que não está fatiado entre partidos. Está fatiado entre o grupo do fulano, o grupo do filho “x”, o grupo do doutor professor fulano de tal…”, analisa Paulo Gontijo.

Uma lógica da base do presidencialismo de coalizão está presente: o loteamento do governo entre caciques. Antes, eram alguns ministérios para o PMDB, por exemplo, sendo que havia a cota do Sarney, do Renan e do Lobão. Agora, muda o cargo de quem é agraciado, mas a lógica permanece igual. “Foi loteado, tá muito claro e começa a ter briga dentro dos grupos. E é mais do mesmo, o mesmo que a gente sempre viu, só que com muitos ministérios e pouca capacidade de execução”, diz o presidente do LIVRES.

O grupo de liberais elogia a equipe de Paulo Guedes: “A gente é a favor das ideias liberais que a gente sempre defendeu. A equipe econômica é uma ótima equipe. Não posso negar isso. Tem pessoas que eu admiro muito ali, o Paulo Guedes é um cara muito bacana, eu gosto historicamente dele. A gente não quer torcer contra o país, a gente quer defender as ideias com as quais a gente concorda. Então, assim: Reforma da Previdência a gente é super a favor. Desburocratização a gente é super a favor. Medidas que fazem, de fato, o Brasil ser mais próspero e ter um Estado mais enxuto e mais eficiente vão sempre contar com o nosso apoio”, garante.

Mas – tudo o que é importante vem depois do “mas” – infelizmente Economia, Justiça, Saúde e Infraestrutura são a minoria dos ministérios.

“Agora, quando você tem o que tem no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Educação… Não é só uma questão ideológica no Ministério da Educação, é uma questão de competência. Isso tem que ser criticado diariamente”, defende Paulo Gontijo.

O LIVRES postou recentemente em seu canal do YouTube uma série documentarial sobre o que ocorreu no Brasil durante a ditadura militar chamada “Rememorando 64”. São entrevistas inéditas e valiosas com gente que tinha envolvimento político na época em que todos os direitos de manifestação foram surrupiados do povo. Para o presidente do LIVRES, a análise sobre a época tem sido superficial.

“Tem uma frase do Élio Gaspari que eu acho ótima no livro dele: a árvore da democracia já estava derrubada, o que não se sabia era para que lado ela iria tombar. E o importante é que, naquele momento, a gente se colocou como país num ponto onde você tinha projetos autoritários disputando o poder. Qual que é pior que o outro você não sabe porque só um venceu, você não tem como comparar um com o outro“, diz Paulo Gontijo que, numa análise objetiva, encontra pontos idênticos entre o clima político de hoje e de 1964.

“Você tem um momento de polarização política perigosa, discussões superficiais, líderes carismáticos, massas semidescontroladas, falta de informação, inimigos que você projeta o tempo todo, muito parecido com o que você tem hoje, em que você chega num ponto onde você tem autoritarismo de um lado, autoritarismo do outro e o centro liberal altamente apagado”, adverte o presidente do LIVRES.

Disperso por diversos partidos políticos após a ida de Bolsonaro para o PSL, o LIVRES elegeu menos pessoas do que poderia caso tivesse permanecido na legenda atentando contra os princípios da fundação do movimento. Apesar dos 2 mil filiados ativos politicamente e do apoio à área econômica do governo, o movimento jamais foi procurado para colaborar e sequer para dialogar.

No entanto, a questão pessoal com Bolsonaro é parte do passado, garante o presidente do LIVRES:  “A gente não está preocupado com o fato de o presidente ser o Bolsonaro ou não, a gente tá preocupado com que ideias e que práticas têm sido defendidas por esse governo e a gente vai, sem dúvida nenhuma, defender as que a gente concorda e atacar (as que a gente não considera corretas)”.

Na entrevista ao vivo, falamos de muito mais coisas: legalização das drogas, impeachment, pretensões eleitorais, candidatura independente nas eleições e as discussões liberais no âmbito municipal, próximo passo programático do LIVRES. Assista aqui a entrevista completa de Paulo Gontijo ao programa A Protagonista:

 

 

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