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Cada candidato ao governo do Paraná precisa vencer alguns tabus. Veja quais são
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Eleição, assim como todo tipo de disputa, de torneio de futebol a campeonato de bolinha de gude, tem lá suas tradições. Às vezes, um padrão se repete por mera coincidência. Mas tem algumas coisas que vão se repetindo com tanta frequência que você percebe que indicam algo além de sorte ou azar.

No Paraná, por exemplo, nunca uma mulher se elegeu para o governo do estado – assim como nunca houve um governador negro, ou descendente de orientais, e assim por diante. Os escolhidos normalmente representam a região da capital e já passaram por certos cargos – tipicamente, prefeito ou senador.

Pensando nisso, o blog fez uma lista dos tabus que cada um dos três candidatos principais ao governo do Paraná terão de enfrentar para se eleger em outubro deste ano.

Cida Borghetti

É quem tem o maior número de tabus para enfrentar. Primeiro por ser mulher. Cida já se tornou a primeira governadora do estado, mas só chegou lá por via indireta. Assim como Emilia Belinati, nos anos 1990/2000, foi eleita vice – mas, no caso dela, o titular renunciou.

Nenhuma mulher jamais foi eleita para o governo do Paraná, nem para as prefeituras das principais cidades (Curitiba, Londrina, a própria Maringá de onde ela vem, Cascavel, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu…). O que, aliás, torna o Paraná mais atrasado nesse sentido doq ue vários outros estados.

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Cida também não tem tradição de voto. Seu cargo mais alto foi de deputada federal. Jamais foi eleita senadora ou prefeita, como ocorreu com todos os governadores do Paraná desde 1982. E o fato de ser governadora com mandato-tampão não ajuda: nenhum outro nessa situação se reelegeu no Paraná.

Além disso, como os outros, é uma representante do interior.

Foto: Pedro Oliveira/Alep.

Ratinho Jr.

Também vindo do interior, não é filho de uma elite estabelecida. Seu dinheiro é “novo”: o pai, o apresentador Ratinho, se fez do nada. Não é a tradição dos políticos paranaenses, que em geral vêm de famílias com antigos laços oligárquicos – além de milionárias.

Ratinho também seria o governador mais jovem da história do Paraná, batendo o recorde de Paulo Pimentel. Tem apenas 37 anos. A média tem sido bem mais alta. O último governador com idade semelhante foi Alvaro Dias, há três décadas.

Além disso, assim como Cida, Ratinho nunca foi eleito para cargo majoritário – nunca foi senador nem prefeito (sua campanha de 2012 bateu na trave). Seu cargo mais alto foi de deputado federal. Mas neste caso teve uma vantagem: é o mais votado da história do estado.

Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.

Osmar Dias

Comparativamente, tem menos tabus a enfrentar. Como os outros, vêm do interior, num estado que há 28 anos só elege ex-prefeitos de Curitiba. Foram oito anos de Jaime Lerner, doze de Roberto Requião e oito de Beto Richa. O último governador vindo do interior foi seu irmão, Alvaro.

Aliás, o fato de ser irmão de um ex-governador se torna um daqueles tabus que podem ter sido mera coincidência: nunca na história recente do estado dois irmãos foram governadores do Paraná. De pai para filho, o poder passa mais facilmente, como se vê no caso de José Richa e seu filho, Beto.

Além disso, os governadores eleitos desde a redemocratização sempre estavam em algum cargo relevante pouco antes da eleição: Osmar está fora da política eleitoral há oito anos.

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