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João Carlos Filla. Foto: Gerson Kleina/Gazeta do Povo.
João Carlos Filla. Foto: Gerson Kleina/Gazeta do Povo.| Foto:

Eram 10h15 da manhã quando um grupo de servidores municipais decidiu forçar de vez o cerco dos PMs e tentar entrar no plenário da Câmara de Curitiba. Parecia muito improvável que eles conseguissem: desde o início da manhã, a escadaria que dá acesso ao plenário estava tomada por várias fileiras de policiais. E, antes deles, havia a cerca.

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Os funcionários estavam em número menor do que na semana passada e o esquema de segurança era mais forte. O que continuava igual, porém, era a irritação dos servidores, estimulada pelo caminhão de som gigante estacionado à beira da Praça Eufrásio Correia.

E foi do caminhão de som que veio a notícia que enfureceu ainda mais os servidores. Num telefone sem fio, chegou à locutora a informação de que o líder do prefeito Rafael Greca, Pier Petruzziello, teria dito que os servidores eram bandidos. O tumulto começou a ganhar corpo.

O que parece ter acontecido é diferente. Pier estava numa reunião com todos os vereadores, antes da sessão, para decidir como seria o encaminhamento da votação. A vereadora Professora Josete, da oposição, falou alguma coisa sobre vereadores se comportarem como bandidos.

Pier teria respondido que “bandido é quem mantém vereador em cárcere privado”, numa referência à invasão de uma comissão no mês passado. Ao sair da reunião, os membros da oposição repassaram a história para o pessoal do caminhão de som. E os servidores ouviram que teriam todos sido chamados de bandidos.

Fato é que isso acirrou o clima ainda mais. E os servidores, por mais que parecesse improvável, forçaram as fileiras da PM. E alguns conseguiram entrar. A PM, talvez com medo de repetir o 29 de abril de 2015, reagiu com menor intensidade.

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Houve um ferido mais grave, que precisou ser removido em seguida para o hospital, onde levaria pontos. Levou uma pancada de cassetete na cabeça. Outros também se machucaram, mas mais de leve. Houve uma ou duas bombas de gás lacrimogêneo.

Quando os manifestantes entraram no plenário, que fica logo depois da porta, alguns dos vereadores que votam com Rafael Greca foram vistos saindo correndo. Só ficaram os de oposição. Mestre Pop foi lentamente acompanhando a nonagenária Dona Lourdes para fora do plenário.

Os servidores aproveitaram a fuga dos vereadores e tomaram as cadeiras, a Mesa Executiva e os microfones. Servidores guardavam às pressas seus computadores e equipamentos. E em breve o plenário ficou apenas com os manifestantes.

Os policiais, a partir daí, se empenhavam em não deixar mais ninguém entrar. Mas também não fizeram qualquer esforço para tirar quem já havia entrado.

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