A Câmara de Curitiba anunciou nesta semana que está “devolvendo” R$ 20 milhões de seu orçamento. A Assembleia Legislativa, que ano passado “devolveu” R$ 150 milhões ao governo, este ano deve fazer a mesma coisa. Todo mundo sabe: sobre dinheiro no Legislativo.
Ao mesmo tempo em que o Executivo estadual diz que não tem como pagar 2,76% de reajuste para seus servidores (que estão com salários defasados desde 2016), os outros poderes esbanjam. Enquanto o Legislativo, por motivos eleitorais, pelo menos faz uma cena e entrega cheques cenográficos para o governo, os outros preferem tornar suas estruturas cada vez mais caras, para não devolver nada.
Nos últimos oito anos, graças a uma presepada feita no governo interino de Orlando Pessuti, o Executivo aumentou o repasse para Assembleia, TJ, TC e Ministério Público. O resultado é que enquanto os desembargadores andam de carro blindado individual para lá e para cá, os professores perderam um salário anual para a inflação.
Seria urgente rever isso, e retirar do orçamento dos demais poderes a parcela do Fundo de Participação dos Estados. Um candidato ao governo que falasse nisso estaria de fato tratando de um problema grave. Mas, medrosos, os políticos temem o Judiciário e preferem deixar o funcionalismo às moscas e o cidadão sem serviços.
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