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O mundo inteiro sabe que Bolsonaro é um extremista perigoso. Só o Brasil não vê
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O tamanho da cegueira dos brasileiros com relação ao extremismo de Jair Bolsonaro (PSL), virtual presidente eleito do país, pode ser medido pela recepção que o candidato vem tendo fora do país. Muito mais do que no próprio Brasil, Bolsonaro é denunciado pelo que é: violento, radical, com tendências ao fascismo.

Não se está falando aqui de Roger Waters, embora também isso seja revelador. O músico comparou nosso capitão a nomes da extrema-direita que estão em ascensão em várias partes do mundo, especialmente na Europa. E, evidentemente, o fez porque é essa a percepção que se tem da cena vista de fora.

Os principais jornais estrangeiros já fizeram a denúncia do evidente desprezo de Bolsonaro pela democracia e pelo diferente. O símbolo maior talvez tenha sido a postura da The Economist, uma revista declaradamente à direita, mas que tem a decência de se manter atenta aos princípios democráticos, e não meramente à ideologia econômica.

Mesmo a mídia internacional com sede no Brasil tem sido mais clara com relação ao caráter antidemocrático de Bolsonaro. Os textos de El País e da BBC, por exemplo, deixam evidente o incômodo que democracias mais consolidadas sentem com a possível vitória de um tipo radical como esse.

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A BBC mostrou, por exemplo, que David Duke, o mais famoso líder da Ku Klux Klan, se sente representado por Bolsonaro que, segundo ele, soa exatamente como um militante da KKK. Não é surpresa, a não ser para um brasileiro que tenha decidido fechar os olhos para a realidade.

Marine Le Pen, a radical de direita da França, deu a entender que Bolsonaro é extremo demais até mesmo para ela. Afirmou que o candidato brasileiro diz coisas “extremamente desagradáveis”.

Mike Godwin, advogado que ficou famoso pela criação de uma “lei” que considera derrotado num debate aquele que compara seu adversário a Hitler, disse que no caso de Bolsonaro a comparação é válida. Ele é, sim, segundo Godwin, um nazista.

De uns tempos para cá, ficaram evidentes também as ligações do bolsonarismo com Steve Bannon, o ultradireitista que ajudou a eleger Donald Trump nos EUA e que forçou o presidente a adotar posições cada vez mais populistas e antiliberais, como a construção de um muro na fronteira com o México.

O mundo todo sabe quem é Bolsonaro. A imprensa brasileira, no entanto, finge que não é assim. E será cúmplice de tudo que o futuro presidente vier a fazer. Aviso não faltou.

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