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Beto Richa em reunião com a Sanofi, em 2016. Foto: Pedro Ribas/ANPr
Beto Richa em reunião com a Sanofi, em 2016. Foto: Pedro Ribas/ANPr| Foto:

A compra de vacinas contra a dengue pelo governo do Paraná está mais uma vez sendo questionada por autoridades sanitárias. Dessa vez, foi o ex-diretor do Instituto Butantã, Isaías, Raw, quem veio a público dizer que acha estranha a compra feita pelo governo.

A Secretaria nega que tenha errado. Veja aqui a resposta oficial.

O Paraná comprou 500 mil doses da vacina da Sanofi em 2016, e deu início a uma campanha em cerca de 30 municípios. No entanto, descobriu-se que além de dúvidas sobre a eficácia quanto aos quatro tipos da doença, a vacina poderia trazer problemas para quem jamais teve dengue.

“A Sanofi embarcou na vacina errada. Primeiro porque não protege contra os quatro tipos e agora chegou-se a conclusão de que a vacina é um perigo para quem nunca teve dengue”, disse Raw em entrevista publicada neste fim de semana pela Folha de S.Paulo.

“Curiosamente, houve apenas um comprador para a vacina, o Estado do Paraná. O que ele vai fazer com essa vacina agora? Qual é a relação do governador do Estado do Paraná e o ministro da Saúde? O ministro é um político, ele não entende de saúde pública ou de vacinas”, disse o pesquisador.

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As primeiras reuniões entre governo e Sanofi para fechar a compra foram feitas em abril de 2016, um mês antes da nomeação de Ricardo Barros, marido da vice-governadora Cida Borghetti, para o Ministério da Saúde. A compra foi realizada só mais tarde, depois da liberação pela Anvisa.

Já em 2016, a aplicação da vacina foi questionada. A recomendação da Organização Mundial da Saúde era de que só fossem imunizadas populações com 50% de casos de dengue ou mais. O Paraná começou a campanha sem comprovar publicamente que qualquer dos municípios escolhidos para a campanha tinha essa taxa.

Além disso, em dois municípios, Assaí e Paranaguá, a vacina era dada para crianças a partir de nove anos. Em entrevista ao Uol, na época, Marcelo Burattini, professor de infectologia e medicina tropical da USP, disse que o Paraná não tinha nenhum município com 50% de casos.

Na primeira fase da campanha, a Secretaria de Saúde negou problemas. “A Secretaria de Estado da Saúde monitora os vacinados nos 30 municípios que receberam a campanha e não registrou nenhuma reação adversa grave. Somente foram notificadas reações locais leves”, disse em nota.

O governo do estado gastou R$ 50 milhões com as vacinas aplicadas em 2016. O custo chegaria R$ 90 milhões com a próxima fase da campanha, prevista para março deste ano.

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