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Reprodução. eParaná.
Reprodução. eParaná.| Foto:

Uma entrevista com Beto Richa para a tevê estatal local ficou famosa faz uns anos. Não pelo conteúdo transmitido, mas sim pelo que vazou depois: uma fala do repórter elogiando o governador pelo desempenho. “Ficou excelente”, dizia o trecho.

Até hoje, esse era o símbolo de como a e-Paraná pode ser usada para lustrar as botas e o ego dos governantes locais. Não mais. Em seu primeiro mês de governo, Cida Borghetti criou um novo marco ao reunir quatro jornalistas para lhe fazerem perguntas.

O resultado foi exibido na noite deste domingo. Além de uma jornalista da casa, estiveram presentes dois colunistas locais (mais políticos do que jornalistas) e dois repórteres do interior (um de Maringá, reduto de Cida; uma de Ponta Grossa).

Há de se admitir que, embora obviamente não tenha havido qualquer ímpeto de fiscalização ou cobrança, nem tudo foi mau jornalismo. Os repórteres do interior perguntaram por exemplo sobre obras que para suas regiões são importantes – rodovias e penitenciárias, para citar dois casos.

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Mas provavelmente foi a primeira vez que um governante do estado ouviu em uma “coletiva” algo como: “A senhora parece ser uma pessoa feliz”.

“A sua resposta me leva a crer que a senhora tem uma preocupação muito especial com a felicidade do povo paranaense”, disse Ogier Bucchi. As pessoas terão tempo para conhecer a Cida Borghetti que é reconhecida pelos seus amigos como uma pessoa feliz?” Estranhamente, Cida conseguiu uma resposta para isso.

O colunista Fabio Campana perguntou como a governadora pretende combater a corrupção, levantando a bola para que Cida anunciasse algumas medidas. O fato de meio secretariado ter problemas com a Justiça passou em branco. Mais tarde, também disse que todos consideram surpreendente o fato de o gabinete de Cida ser tão aberto.

No encerramento do programa, Ogier também pediu permissão para não fazer uma pergunta, e sim um pedido. “Não perca esse entusiasmo, não perca essa capacidade de inovar e sonhar”, disse. “Porque essa capacidade (…) não é comum (…) e pode ser o diferencial que aproxima o homem ou a mulher pública para o cidadão.”

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