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Por dentro do programa Meu DVD, Minha Vida
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Volta e meio, me vejo enrolado em discussões filosóficas com minha namorada sobre a maneira um pouco descuidada de como administro minhas finanças pessoais. Lá pelo meio da conversa, é inevitável. “Chega de comprar DVDs e livros!”, sugere ela, naquele tom que namoradas e mães compartilham. Eu desconverso. “Mas faz meses que nem chego perto de mais filmes”, replico. Mentira, claro.

Só quem coleciona DVDs, blurays ou fitas VHS sabe como é difícil equacionar, no mesmo mês, o aluguel, o cartão de crédito, a faculdade e os bares de fim de semana com a aquisição de novos filmes. É como se, com o passar dos tempos, visitar uma Americanas ou Livraria Cultura dia sim dia não se tornasse parte de nossa rotina, etapa tão essencial quanto levantar da cama e molhar o rosto no banheiro toda manhã.

Exageros à parte, montar uma coleção de DVDs pode ser algo tão fascinante quanto frustrante. Garimpar filmes em sebos, lojas de varejo, livrarias e até na internet é uma boa maneira de passar o tempo e se surpreender. Quantas vezes você estava de bobeira naquela loja, apenas passando o dedo sobre as capas dos DVDs quando, de repente, deu de cara com aquele filme que estava procurando há tempos? E por apenas R$ 12! Por outro lado, é preciso um certo autocontrole para saber quando é tempo de deixar os filmes de lado e investir em necessidades mais prementes. O problema é que cinéfilos têm uma certa dificuldade em usar a razão dentro de uma loja ou num Submarino da vida. Somos levados pela emoção, por uma paixão intensa e irrestrita por Hitchcock e Woody Allen. Queremos ver nossa estante cheia. Não há uma pilha de DVDs que não cause fascinação entre esses seres demasiadamente românticos. Ajoelhamos e rezamos com fervor em frente a esse altar.

Como em todo namoro, os primeiros momentos são os mais ardorosos. Assim que você decide montar uma coleção, se joga de cabeça nessa relação. Não foi coincidência que meus primeiros filmes foram comprados assim que consegui meu primeiro emprego estável e de remuneração razoável, como bancário (num período longínquo que hoje mais parece uma realidade alternativa). Aproveitava o gordo cartão alimentação para comprar DVDs no supermercado. Depois, descobri os filmes baratos da Americanas. E aí, para passar para as livrarias especializadas e sebos, foi um pulo.

Rafael Waltrick.
Meu maior (e único) patrimônio: quem precisa de poupança e imóveis quando pode investir em DVDs?

Chegava a comprar três DVDs por fim de semana. E passei a adotar um cálculo específico para analisar o preço e a viabilidade de compra de produtos de maneira geral. Passava em frente a uma loja de roupas, via uma camisa que precisava, entrava para comprar, mas daí interrompia o passo. Pensava. “Peraí, mas por esse preço eu consigo comprar até quatro DVDs!”. Aí, na grande maioria das vezes, desistia.

Talvez por isso hoje meu guarda-roupa seja tão modesto. Felizmente, para minha saúde financeira, aquela paixão adolescente arrefeceu um pouco no passar dos anos. Continuo comprando DVDs aqui e ali, escondido da minha namorada (força de expressão, ela não é do tipo controladora), mas com moderação. Até porque agora as contas no fim do mês são mais pesadas. Coisas de cidade grande.

Minha modesta coleção segue num ritmo de crescimento lento, na faixa dos 300 e tantos filmes, espalhados em Curitiba e Itapema. Meus xodós são os filmes dos meus diretores preferidos: tenho hoje 20 DVDs do Woody Allen, 21 do Scorsese e 17 do Hitchcock. Estão ali, no “quarto da bagunça”, por onde passo de vez em quando apenas para namorá-los um pouquinho. E, sempre que possível, escolho algum para passar a noite. Afinal, o amor continua lá, menos intenso, mas ainda fiel. Agora, é aguardar pelas bodas de prata.

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Você também sofre desse “mal”? Independente do tamanho da sua coleção, tire uma foto e envie para o blog, que postarei aqui. Encaminhe a imagem para rafaelw@gazetadopovo.com.br para montarmos uma galeria dos leitores e cinéfilos! Afinal, tão bom quanto namorar o próprio estoque de DVDs, é babar em cima da coleção alheia.

O Ronan Turnes, morador de Itapema/SC, mandou a imagem da sua generosa coleção de blurays. Bela foto, inclusive!

Ronan Turnes.
Bela coleção de blurays do Ronan Turnes, morador de Itapema/SC.

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O Paulo José da Costa, do Sebo Fígaro, aqui de Curitiba, também enviou fotos que mostram parte da sua coleção, que tem cerca de 3 mil DVDs. Segundo ele, a metade é de filmes musicais e o restante é formado por filmes clássicos das décadas de 1920 a 1950, faroeste e cinema mudo. Tudo devidamente guardado e organizado em uma estante enorme, como mostra a foto. Bateu uma inveja, Paulo! Mas inveja boa, claro.

Paulo José da Costa
O Paulo José da Costa possui uma estante (e que estante!!) só pra guardar os DVDs.

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O colega Rodolfo Stancki, do blog Espanto, aqui da Gazeta do Povo, também mandou fotos da sua coleção de DVDs, que gira em torno de mil títulos. Os filmes de horror, que dá pra enxergar ali, e as produções audiovisuais do Superman, são os preferidos dele.

Divulgação.
Cinéfilos unidos: o colega Rodolfo Stancki, aqui da Gazeta, também mandou fotos da sua coleção, com destaques para os filmes de horror.
Divulgação.
Mais um detalhe da coleção do Rodolfo Stancki. Será que o cara gosta do Superman?
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O colega Jarbas Camargo, de Chapecó/SC, também mandou uma imagem de sua generosa coleção de DVDs. A grande maioria é de shows, principalmente rock’n roll e blues. Os filmes mesmo são cerca de 90 títulos e os preferidos do Jarbas são os de guerra, épicos e ficção científica. Deem uma olhada, que tá bonita!
São cerca de 400 títulos, a grande maioria de shows de rock'n roll e blues.

São cerca de 400 títulos, a grande maioria de shows de rock’n roll e blues.

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