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Sobre o prazer de assistir e palpitar (ou como Sylvester Stallone maculou minha infância)
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Divulgação
Quando criança, o que eu mais queria era uma faixa dessas na cabeça.

Vídeos familiares, daqueles produzidos em festas de aniversário, casamento ou primeira comunhão, são sempre constrangedores – e reveladores na mesma proporção. Lembro de um em especial, que já se perdeu há um bom tempo, filmado no aniversário de minha falecida avó, em Ituporanga, SC (também conhecida como a terra da cebola).

Em meio a conversas entusiasmadas, danças na sala de visitas e flashes da produção do churrasco, em um certo momento o cinegrafista amador dava de cara com um garoto no alto dos seus cinco ou seis anos, abraçado a uma fita VHS e com cara de choro, tentando chamar a atenção dos convivas aqui e ali. O filme: Rambo (sim, aquele mesmo dos tempos áureos de Sylvester Stallone). O guri: este que vos fala.

A minha necessidade, naquele momento eternizado pela câmera de meu tio, era ingrata. No meio da festa, eu implorava para alguém me tirar dali e colocar o filme para eu assistir. Depois de muita encheção, por incrível que pareça, fui atendido pela minha prima.

Ok, pode ser que a festa não estivesse lá tão divertida para uma criança de seis anos, mas o fato é que, naquela época, eu já era fã histérico de Stallone (no Natal daquele mesmo ano, ganhei uma roupa do Rambo de presente, com direito a faixa na testa e faca de plástico). Assistir ao Rambo, seja o primeiro, segundo ou terceiro filme, mesmo pela quinta vez, era um deleite, maior até do que brincar com os bonecos dos Comandos em Ação.

Desde então, duas décadas se passaram (vá lá, duas décadas e mais alguns anos), mas aquela sensação de urgência em largar tudo e ir correndo assistir algum filme, seja o Rambo ou algo mais sofisticado, permaneceu. Não incomodo mais os parentes nas festas de família (sempre é bom fazer um social, afinal de contas), mas invisto boas horas assistindo alguns DVDs, procurando filmes nos sebos ou nas Americanas, relembrando com amigos filmes que marcaram nossa infância ou colecionando livros e revistas sobre cinema.

Não estou sozinho, imagino. Afinal, cá entre nós, quem não gosta de filmes? Gostos pessoais podem ser muito particulares – você pode ter odiado qualquer filme do Rambo -, mas o prazer em rir, se emocionar, se assustar e chorar por meio do cinema é universal. E é justamente esse deleite, tão simples e tão acessível, que quero compartilhar com vocês, nobres amigos internautas, a partir de hoje.

A intenção é que o Cinema em Casa seja um espaço para discutir, relembrar, criticar e palpitar sobre aqueles filmes que marcaram nossas vidas em algum momento e que até hoje rendem boas conversas na mesa de bar ou no intervalo da faculdade. E, ao mesmo tempo, que seja um local para trocar indicações, sugestões e buscar novas horas de diversão em frente à TV. Sem tecnicismos, sem critérios acadêmicos ou teses aprofundadas sobre esse ou aquele diretor. Não sou crítico de cinema nem tenho intenção de ser. Sou, assim como você, apenas um apaixonado por filmes, um cinéfilo com tempo livre para bater papo e dar pitacos descomprometidos sobre esse ou aquele filme que passou na tarde anterior na Sessão da Tarde (ainda existe isso?).

Assim, desde já se sintam em casa. Temos uma longa e cativante lista de filmes para discutir e relembrar a partir de agora. E fiquem tranquilos. Não vou falar sobre o Rambo de novo tão cedo.

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