O cinema e a indústria dos videogames vivem uma relação de amor e ódio. Apesar de uma constantemente servir de inspiração para a outra, o resultado desse intercâmbio em geral não é lá muito bom, pelo menos quando o resultado vai parar na telona. Que o digam as dezenas de filmes inspirados em games que bateram na trave e não chegaram perto de fazer o mesmo sucesso que o visto nos consoles. Exemplos? As adaptações cinematográficas de Hitman, Resident Evil, Street Fighter, Doom, Far Cry, Max Payne, Super Mario Bros. e por aí vai. O blog já fez um Top 5 sobre isso, intitulado “game over na telona”.
Agora, é hora de fazer o caminho inverso e destacar alguns filmes que, seja num passado distante ou recente, fizeram a alegria de muitos gamers. Neste caso, exemplos também não faltam, embora o lançamento de games inspirados em filmes tenha se tornado raro nos últimos anos, pelo menos nas grandes plataformas. Enquanto na saudosa época do Super Nintendo e do Mega Drive havia títulos de tudo quanto é tipo e gênero de filmes, hoje as produções cinematográficas costumam ganhar adaptações “menores” — literalmente — voltadas para os usuários de smartphones e tablets. Na Google Play ou na App Store é possível achar, por exemplo, games da franquia Velozes e Furiosos, do blockbuster Guerra Mundial Z e vários outros “joguinhos” baseados nas adaptações de histórias em quadrinhos, como Homem de Ferro, Thor e O Homem de Aço.
Neste Top 5, o blog lembra alguns filmes de sucesso que ganharam versões “parrudas” nos videogames de diferentes gerações. Como sempre, não se trata de elencar os melhores, mas apenas de abrir a discussão para que os nobres leitores apontem seus favoritos. Nesta empreitada, agradeço a contribuição de vários amigos que já deram suas opiniões a respeito pelo meu perfil pessoal no Facebook – um abraço saudosista a Andrea Torrente, Yuri Al’Hanati, Joel Minusculi, Rubens Portella, Durval Ramos e Camila Iara Marcos.
The Lion King (1994)
Por mais que os games se tornem cada vez mais complexos e visualmente arrebatadores, além de serem capazes de reunir em uma mesma partida dezenas de pessoas, os jogos tradicionais de plataforma, em que é preciso acima de tudo destreza para saber o momento exato de pular para o terreno em frente, sempre terão um espaço garantido no coração dos gamers. Que o digam aqueles que cresceram suando frio e virando noites em frente à TV, em uma época em que salvar o progresso para continuar na semana seguinte era coisa de filme de ficção científica. O exemplo mais tradicional do gênero é a franquia Super Mario Bros., mas a adaptação da animação da Disney O Rei Leão também marcou época com suas fases super coloridas, uma trilha sonora animada e a possibilidade de acompanharmos a evolução de Simba — nas primeiras fases, jogávamos com o leão em sua fase filhote, e, nas últimas, controlávamos o bichano já adulto, que dava cabo dos inimigos rugindo ou com patadas. Apesar da ambientação e da temática infantil, o game exigia habilidade nos controles e certamente deixou muita gente com vontade de arrancar os cabelos. O game de Aladdin, lançado dois anos antes, é outro exemplo de animação que divertiu a rapaziada nos bons tempos do Super Nintendo.
Plataforma: Snes, Mega Drive, Game Boy, PC e tudo quanto era console da época.
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Goldeneye 007 (1997)
Hoje em dia só se fala de Call of Duty e Battlefield, mas houve um tempo em que o shooter para N64 que tinha à frente o agente secreto mais famoso da cultura pop reinava absoluto no gosto dos gamers. Ao lado de The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Goldeneye 007 foi uma das melhores heranças deixadas pelo console da Nintendo — tanto que ganhou recentemente um remake para Wii. O game, baseado no filme de 1995 que trouxe Pierce Brosnan para o papel de James Bond, estendia as sequências retratadas no cinema em fases repletas de tiroteio e inimigos meio atrapalhados e quadradões — o que não tirava o charme da adaptação. O forte do game era a jogabilidade descomplicada, mesmo em um controle exótico como o do N64. O multiplayer de tela dividida também rendia boas horas de diversão com os amigos. Ao longo do tempo, vários outros games baseados em filmes do 007 foram lançados — incluindo a adaptação de Quantum of Solace — mas nenhum atingiu a popularidade deste clássico.
Plataforma: N64, Nintendo DS e Wii.
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Star Wars: The Force Unleashed (2008)
A marca Star Wars é uma das que mais estampa as capas de games há muito tempo, nos mais variados consoles e nos mais variados gêneros, da estratégia aos shooters em primeira pessoa. Embora os jogos mais divertidos possivelmente sejam os da série Lego, Star Wars: The Force Unleashed deixou os fãs em polvorosa por oferecer uma história inédita passada entre os episódios III (Vingança dos Sith) e IV (Uma Nova Esperança), em que o gamer assume o papel de um aprendiz de Darth Vader, “adotado” pelo vilão quando era ainda criança. O protagonista é enviado aos mais distantes recônditos da galáxia para caçar cavaleiros Jedi, enquanto aprimora suas habilidades. O diferencial do game é o uso da física nos ambientes, com o jogador utilizando a Força para jogar inimigos pelos ares e transformar pedaços de metal em armas mortais. Tudo isso em uma visão em terceira pessoa, com gráficos competentes e cenários que remetem ao universo da franquia. Não ajuda o fato do game ser beeeem repetitivo depois de um tempo, mas, até lá, já dá pra se divertir o suficiente. Detalhe: na primeira fase, o gamer controla ninguém menos que o próprio Darth Vader, no auge de seu poder!
Plataforma: Playstation 2 e 3, PC, PSP, Xbox 360 e suas variações.
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The Godfather: The Game (2006)
O épico de Francis Ford Coppola ganhou uma adaptação à altura neste jogo de mundo aberto que possui uma premissa irresistível para os fãs: o gamer é um joão-ninguém que precisa subir no mundo do crime até ganhar o respeito da família Corleone e ingressar em suas fileiras. Enquanto isso, o jogador vai revivendo episódios do filme sob uma nova ótica e interage com os personagens eternizados por Marlon Brando, Robert Duvall e James Caan — em uma das missões, por exemplo, é preciso levar Don Vito de carro até o hospital após ele ser baleado na rua enquanto comprava frutas. Além das missões principais, o jogador pode gastar o tempo em tarefas secundárias, seja eliminando sujeitos por algum dinheiro, subornando comerciantes ou desafiando os capangas de famílias rivais. Os gráficos são caprichados, mesmo na versão para Playstation 2, assim como a ambientação: é como se jogássemos GTA em uma Vice City ou San Andreas da década de 1940. Um detalhe bacana: no início do jogo, o gamer pode personalizar o rosto de seu personagem nos mínimos detalhes.
Plataforma: Playstation 2, PC, Xbox 360 e outros.
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Back to the Future: The Game (2010)
A trilogia do cinema mais querida pelos cinéfilos já havia passado por alguns consoles “das antigas”, como Nes, Mega Drive e Super Famicon, mas só recentemente ganhou uma versão caprichadíssima em forma de adventure — gênero que foi tirado do ostracismo em grande estilo pela Telltale, responsável tanto por este game quanto pelo super premiado The Walking Dead: The Season One. A trama do game se passa logo após os eventos do terceiro filme, quando Marty McFly precisa descobrir o paradeiro de seu amigo Doc. A jogabilidade é aquela conhecida do gênero: é preciso passear com Marty pelos ambientes, clicar aqui e ali em busca de objetos, conversar com outros personagens e solucionar enigmas para fazer a história avançar. O diferencial aqui é o respeito à mitologia da série — o roteirista dos filmes, Bob Gale, trabalhou com a Telltale na concepção da história — e os gráficos descolados, bem cartunescos. Ideal para quem gosta de adventures, mas é inegável que os fãs de De Volta pro Futuro, que conhecem os filmes de trás pra frente, aproveitam bem mais.
Plataforma: Playstation 3, PC e iOS.
Lembra de outros games inspirados em filmes, que lhe renderam boas horas de diversão em frente à telinha? Chegou a jogar os games citados pelo blog? Deixe seu comentário aqui no blog!
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