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Tudo errado com Godzilla (ou o que clichês nos ensinam sobre cinema)

Filme de Roland Emmerich traz o monstrengo gigante para dentro de Manhattan (Foto: Divulgação). (Foto: )

Um dos esportes preferidos dos cinéfilos (ainda mais aqueles com tempo de sobra) é procurar, com ares de detetive, erros de continuidade, falhas de cenário, furos no roteiro e outros absurdos ao longo de um filme. Tudo para esculachar a produção e comprovar, por meio de evidências reais, que o tal filme é ruim mesmo.

Parênteses: claro que, descontados os aspectos técnicos, dizer se um filme é bom ou ruim pode ser uma tarefa muito subjetiva. O diálogo que me impactou em certa história pode não ter feito a mínima diferença para você. E por aí vai.

A questão é que, neste mundão infinito da internet, tirar onda com filmes já virou trabalho profissional de muita gente. É só dar uma fuçada no YouTube. Um dos mais inspirados canais de vídeo nessa linha é o CinemaSins. Entre os vídeos postados, os melhores são os da série Everything Wrong With… (Tudo errado com…). Em poucos minutos, os editores percorrem determinada obra pontuando os absurdos e equívocos cometidos pelos diretores e roteiristas. As falhas são contadas e, ao final, o filme recebe uma avaliação escrachada.

Filme de Roland Emmerich traz o monstrengo gigante para dentro de Manhattan (Foto: Divulgação).

Filme de Roland Emmerich traz o monstrengo gigante para dentro de Manhattan (Foto: Divulgação).

Muitos dos apontamentos são gracinhas feitas pelos editores do canal, ainda mais quando se trata de um determinado ator ou diretor. Mas é preciso reconhecer que tantas outras críticas fazem muito sentido. Chega a ser surpreendente parar para analisar certo filme e ver a quantidade de clichês e furos no roteiro que permeiam toda a história.

Um exemplo emblemático trazido pelo canal é o Everything Wrong With Godzilla in 7 Minutes or Less, vídeo que trago abaixo e mostra como o cinema de blockbuster continua refém de clichês e permanece subestimando o espectador. Dêem uma olhada:

Ok. Fica fácil detonar o filme de Roland Emmerich lançado em 1998, que foi esculachado pelo público e crítica (no IMDb, a média da nota dada pelos internautas é de 5.2). A produção virou piada entre os fãs do monstro mais famoso dos cinemas, justamente pela série de desencontros, absurdos e furos mostrados na tela – que tal o nascimento dos mini Godzillas? A questão é que o filme segue uma espécie de cartilha de clichês que, sem dúvida, você já viu em muitas outras produções por aí. O vídeo do CinemaSins evidencia vários. Entre eles:

A língua universal: se você for viajar para um país inóspito, não tema. Basta treinar o inglês. Afinal, mesmo nos mais recônditos povoados, qualquer ermitão vai entender sem problemas seu english.

Fones de ouvido: essa é clássica. Em qualquer filme catástrofe ou de monstros, sempre haverá um cara alheio a tudo que está acontecendo ao redor. Não importa se centenas de pessoas estão correndo ao seu lado ou se há um lagarto gigante pisando na sua frente. Se ganhássemos um real a cada vez que essa gag aparece nos filmes…

Trama de Godzilla mostra que é fácil subestimar o espectador (Foto: Divulgação)

Trama de Godzilla mostra que é fácil subestimar o espectador (Foto: Divulgação)

Estupefato: outra figura sempre presente é o cidadão que, ao invés de correr para buscar um local seguro, fica parado no meio da rua olhando para o perigo, sem reação. Normalmente o mocinho faz o favor de ajudar este alienado a se mexer. Já outros figurantes não têm tanta sorte…

Janela indiscreta: este clichê é uma variação do figurante com fone de ouvidos, e tão comum quanto. Num escritório, um engravatado fala ao telefone sem notar que, lá atrás, um avião, um super-herói ou monstro gigante passa rente à janela. Essas cenas normalmente são filmadas como um alívio cômico. Mas alguém ainda acha graça nisso?

Estátuas mortais: no meio da ação, o protagonista cai no chão e, para seu azar, uma estátua, coluna, escada, painel de propaganda (o que for), avança em sua direção… Mas destroço não o atinge e o herói escapa por alguns centímetros! Uuuuuufa!

Achados e perdidos: essa é dose. Um repórter intrometido, espião ou simplesmente alguém mal intencionado invade o escritório alheio em busca de informações. E eis que, logo ali, em cima da mesa, estão fitas VHS com a inscrição “Top Secret” rabiscada em cima. Assim fica fácil.

Na mosca: militares ou qualquer outro grupo armado miram no alvo, lançam o míssil e o monstro (ou disco voador) é atingido na mosca! Todos comemoram, se abraçam e respiram aliviados. Mas peraí… na verdade o alvo nem chegou a ser arranhado! Que frustrante. E aí, quantas vezes já vimos esta mesma cena?

Lembra de mais clichês em Godzilla ou vistos em outros filmes em geral? Comente aqui no blog! E não deixe de conferir os outros vídeos do CinemaSins. Rende, ao menos, boas risadas.

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