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Crédito das fotos: Ricardo Stcukert/Divulgação e Gabriel a Korossy/Agência Câmara
Crédito das fotos: Ricardo Stcukert/Divulgação e Gabriel a Korossy/Agência Câmara| Foto:

Lá se vão os primeiros dias de 2018 e, por enquanto, segue a crise de ansiedade sobre o futuro dos dois presidenciáveis que viraram o ano como favoritos: Lula e Jair Bolsonaro. Enquanto não soubermos a real viabilidade (política, jurídica e mental) de ambos, prever o nome do próximo presidente é mero chute. A partir do dia 24 de janeiro, quando Lula for julgado em segunda instância pelo caso tríplex, teremos um efeito-dominó que vai mexer em todo processo eleitoral.

Um 3 a 0 no julgamento de Porto Alegre encaminha a saída de Lula do páreo, embora os petistas sinalizem que vão recorrer até o fim. Um 2 a 1 abre espaço para o tapetão (e para fortalecer o discurso de golpe, já que pelo menos um juiz teria comprado a tese lulista). Uma surpreendente virada do ex-presidente, por qualquer placar, o tornaria mais favorito do que nunca.

Sem Lula, a magia do antipetismo bolsonarista perde força. Mas não é só isso. Bolsonaro tem exercitado nos últimos dias uma notável capacidade de autodestruição – vide a reação à série de reportagens que põem em xeque aura moralista de sua conduta parlamentar. Sim, ele tem grande chance de sair do páreo pelas próprias pernas.

Abaixo da dupla, podemos colocar duas divisões de candidatos. Há, num segundo nível, aqueles que não emplacam em um cenário com ou sem os dois. Marina Silva (Rede), é mezzo petista, mezzo tucana. Ciro Gomes, como disse o colunista da Folha de S. Paulo Celso Rocha de Barros, precisa primeiro de um atestado de sanidade antes de sonhar com os votos de esquerda.

Geraldo Alckmin (PSDB) lidera esse pelotão sem graça porque, além de ser um eterno picolé-de-chuchu, tem mais problemas internos com a trairagem tucana para resolver do que para se posicionar como candidato. Em tese, o governador mais longevo do estado mais populoso e rico do Brasil deveria ser favorito de qualquer maneira. Mas isso é só tese, porque Alckmin enfrentará dificuldade em qualquer cenário, o que não quer dizer que, ainda assim, não tem boas chances de vitória.

Numa terceira divisão, três nomes esperam ansiosamente que Lula e Bolsonaro enterrem suas candidaturas o mais rápido possível. São eles: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) e o senador Alvaro Dias (PSDB). Hoje muita gente riria da possibilidade de ver essa trinca com mais de 10% no primeiro turno, mas em um cenário de terra arrasada, as possibilidades são infinitas.

Meirelles sonha com a possibilidade de protagonizar um FHC 2, a missão. É técnico (um trunfo dentro de um quadro antipolítico), fez as coisas acontecerem em um governo que é uma bagunça generalizada. O lado ruim: o simples fato de trabalhar para um governo que é uma bagunça generalizada, ter laços com Lula e o PT e, além disso, ter trabalhado para Joesley Batista.

Maia pescou direitinho que o mar, depois do tsunami Lula x Bolsonaro, estará para peixe. Enquanto Bolsonaro afunda, ele se apropria da pauta da segurança pública. É o mais talhado para um costura de alianças com o Centrão, que é de fato quem manda no país – seja sustentando Eduardo Cunha ou livrando Temer de duas denúncias de corrupção.

Por último, Alvaro Dias foi o primeiro a se posicionar como candidato da reconstrução. Promete “refundar a República” em 100 dias, criar um imposto único nos moldes da extinta CPMF, posa como candidato alheio à polarização, capaz de articular um discurso de centro. Vai dar certo? Depende mais de quem não vai estar na eleição do que quem está.

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