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Ainda há espaço para o amor
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Agência Senado
Suplicy: um cara sensual.

Publicado hoje na edição impressa da Gazeta do Povo:

Escândalos envolvendo castelos e viagens grátis pelo mundo afora têm sujado a barra dos parlamentares junto aos eleitores. Mas, apesar do capricho no mau uso do dinheiro público, ainda existe espaço para o romantismo, para os amores impossíveis no Congresso Nacional.

A edição do mês passado da revista piauí traz um texto surpreendente sobre o acervo de correspondências femininas enviadas ao senador Eduardo Suplicy (PT). Por ano, ele recebe 400 declarações de amor.

Há casos que de tão reais parecem mentira, como os trechos da carta de uma mulher de 43 anos do Rio Grande do Norte que se disse enciumada com um “cheiro” dado por Suplicy no presidente Lula. “Queria estar no lugar dele”, escreveu a potiguar.

O assédio é tanto que o arquivo do gabinete do petista tem uma pasta especial, com o título “Correspondências Pessoais Femininas!”. Mas não é só ele que arrasa corações via TV Senado.
Do alto de seus 63 anos, Alvaro Dias evita falar sobre o assunto para não causar mal-estar com a esposa, mas estima que recebe até contatos de fãs por mês. Garante, contudo, que toma todas as precauções para não fomentar os amores platônicos.

Nos últimos anos, quatro mulheres de diferentes estados tiraram a paciência do senador. O pior caso, segundo ele, foi uma mineira de meia idade, que certa vez chegou a invadir seu gabinete em Brasília.

Todas não desistem de enviar e-mails e cartas, quase sempre com pseudônimos, sempre decifrados por Alvaro. Uma das senhoras, paraense, costumava mandar castanhas todos os meses para a capital – e quando o envio cessou, o senador descobriu que ela havia morrido.

O curioso é que histórias como essas espalham-se pelos corredores do Senado, cujas vagas são quase todas ocupadas por sessentões como Alvaro e Suplicy.

Há um fascínio provocado pelo excesso de mídia, mas há também a incontestável atração pelas benesses. Como ficou notório na semana passada com Adriane Galisteu, viagens para todos os cantos do mundo não são problema em um “relacionamento parlamentar”.

A propósito, o desfecho desse caso ajuda um pouco a desmitificar o fetiche pelos engravatados de Brasília. Adriane disse que, depois da exposição negativa a que foi submetida, não namorará político “nunca mais”.

Ainda assim, fica a dúvida: será que é bom negócio namorar deputado ou senador, especialmente agora que apenas companheiras “legais” podem viajar sem correr o risco de ver o nome estampado no jornal?

O mais provável é que os afagos aos congressistas, com segundas ou terceiras intenções, nunca acabem. Serão eternos enquanto durarem – como os amores de Vinícius e os escândalos da capital.

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