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O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) e o atual chefe do Executivo, Beto Richa (PSDB). Foto: Rodolfo Buhrer/Arquivo Gazeta do Povo
O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) e o atual chefe do Executivo, Beto Richa (PSDB). Foto: Rodolfo Buhrer/Arquivo Gazeta do Povo| Foto:

Hoje no grupo político de Beto Richa (PSDB), o ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) já está se preparando para a eleição de 2018. Pessuti afirmou hoje (06) que, no cenário atual, a ideia é sair candidato ao Senado, em uma “dobradinha” com Beto Richa, que também deve buscar uma das duas vagas abertas no próximo pleito, com o fim dos mandatos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Roberto Requião (PMDB-PR). A própria vaga de governador do Paraná, contudo, também não está sendo descartada por Pessuti. “Se conseguirmos retomar o PMDB do Paraná, eu posso sim sair candidato ao governo estadual. Coragem e disposição não me faltam. Meu plano para 2018 é disputar uma eleição majoritária”, resume Pessuti, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

A situação de Pessuti no PMDB ainda é uma dor de cabeça para o ex-chefe do Executivo, e por causa da guerra aberta pelo senador Requião, que hoje comanda a sigla no Paraná. Pessuti responde hoje ao terceiro processo de expulsão do PMDB, sigla que, como gosta de lembrar, o carrega desde 24 de março de 1966. “Eu estou há 51 anos filiado e militando em um único partido político, o MDB e o PMDB”, registra ele.

O processo de expulsão está suspenso, graças a uma decisão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), mas Pessuti não sabe o que pode acontecer no futuro. “Requião tem criticado as lideranças do PMDB nacional, tem atuado com o PT, ontem mesmo estava na posse da Gleisi na presidência do PT. Então talvez ele saia do PMDB, não sei”, especula Pessuti, que também não descarta migrar para outra sigla, embora lamente tal situação. “Março de 2018 é a data importante. Se eu não conseguir resolver a questão até lá, eu talvez mude de partido político”, admite ele.

Nada está provado contra o presidente Temer

Pessuti já pediu a intervenção da executiva nacional do PMDB no comando da legenda no Paraná. “A eleição do Requião [para o comando do PMDB do Paraná] foi um processo arbitrário, truculento. Mas pedimos a intervenção no final de 2016 e até agora não houve resposta. A paz também não está reinando na executiva”, reconhece ele, ao lembrar do embate que se trava em Brasília, entre Jucá e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Também há discordâncias entre Pesssuti e Requião quando o assunto é Brasília, aliás. Ao contrário do senador, que tem se tornado uma das principais vozes de oposição ao presidente Temer, Pessuti disse à Gazeta do Povo que defende a permanência do correligionário no Planalto, a despeito da denúncia que pesa contra ele. “Até agora, é uma denúncia. Nada está provado. E quem denuncia é o Joesley Batista. Se ainda fosse o presidente da CNBB, mas o Joesley?”, contesta o pré-candidato.

Entendo o jogo político, mas aí foi uma estratégia diabólica do Requião

A relação entre Requião e “Pessutão”, como o senador o chamava, é de longa data. Pessuti foi vice-governador do Paraná, na gestão Requião, em dois mandatos. Assumiu a principal cadeira do Executivo em abril de 2010, com a renúncia de Requião para disputar o Senado. O estremecimento na relação da dupla iniciou ali, na esteira das eleições daquele ano, e as coisas só pioraram até o pleito seguinte, em 2014.

“A opção por romper a relação comigo, lá em 2010, foi dele. Ele buscou isso. E por uma razão política. Ele não queria que o Osmar Dias saísse candidato ao Senado. Ele queria que o Senado ficasse para ele e para a Gleisi. E aí jogou o Osmar Dias para disputar o governo do Paraná contra o Beto Richa. E não me deixou sair candidato ao governo do Paraná. E precisava brigar comigo. Entendo o jogo político, mas aí foi uma estratégia diabólica do Requião”, afirma o ex-vice.

Pessuti nunca digeriu a forma como as coisas aconteceram entre eles. “Eu o ajudei durante 27 anos. E mesmo assim ele fez maldades comigo, com a minha família, com a minha irmã, com a minha mulher, com pessoas do meu grupo político”, acusa ele.

Eu acredito que o Beto Richa não vai perder a oportunidade de ser um senador da República

Já a aliança com Beto Richa tem durado. Depois de ser nomeado para o conselho do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), onde ficou de agosto de 2011 a março de 2014, Pessuti ganhou uma cadeira também no conselho da Itaipu, onde permaneceu entre abril de 2013 e março de 2014. Desde março de 2015, atua como diretor no BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul).

Segundo Pessuti, cabe a Beto Richa decidir agora quem o PSDB deve apoiar nas eleições de 2018 para o governo do Paraná. “Beto Richa é um dos grandes artífices da disputa eleitoral que se constrói para o ano que vem”, pontua ele.

“Eu pessoalmente acho que o Beto vai mesmo sair candidato ao Senado. Acho que ele não deve passar a oportunidade de ser senador da República. E aí ele seria meu companheiro de dobrada. Mas ainda é preciso equacionar a eleição ao governo estadual. Temos Cida [Borghetti, do PP], Ratinho (PSD), Osmar Dias (PDT). E, embora seja um clichê, a verdade é que a política é como nuvem. Cada hora está de um jeito”, declara Pessuti.

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