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A Necessidade do Exemplo…(LI)
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“Toda evolução se processa de dentro para fora; do centro para a periferia; das escolas e universidades do mundo buscamos a instrução, mas a legítima educação vem do lar e o lar é a nossa primeira escola.” (Jerônimo Mendonça)

Conversando com meu filho…

” 01 de maio de 2002.

Oi filhote, você está perto de completar 4 meses.
Cresceu 3 cm e está com quase 8 kg. Parece um futuro jogador de basquete de tão alto…67 cm!

Hoje é feriado e esperamos seu irmão chegar de Joinville.

Você está no colo do corujão do seu pai que conversa com você o tempo todo, conta histórias e inventa assunto que não acaba mais.
Nem eu sei de onde ele tira tanta conversa assim!

Ele coloca perto do seu nariz um pedaço de pão, ou um punhado de grãos de café torrado para você sentir os diferentes cheiros que estes alimentos tem.
Põe música para você se acalmar, limpa você, te troca as fraldas e roupas e isto acontece todos os dias, não é de vez em quando.
Ele te curte um monte é até bonito de ver.

Fico eu aqui apaixonada olhando vocês dois…
Estamos bem felizes, apesar de alguns contratempos, mas sabemos que no final fica tudo bem.

No final de semana que passou, sua tia Ana, tio André e seu primo Affonso vieram nos visitar. Nós os levamos para conhecer a Ópera de Arame e o Bosque do Papa e eles a-do-ra-ram!
Depois fomos almoçar em Santa Felicidade e…Nossa! Comemos até!
Estava uma delícia!

Você ficou encantado com as luzes do restaurante e, com tanta gente passando para lá e para cá, não queria perder um “lance”!
No final do dia, desmaiou de sono.
Também, tanta novidade de uma vez deixa qualquer um cansado, não é mesmo?

Sabe filho, fico pensando se um dia vai ler este diário com o mesmo carinho que escrevo para você.
Hoje fiquei planejando até quando irei escrevê-lo.
Pensei em até 5 ou 6 anos, porque depois disto, as lembraças começarão a ficar por sua conta.

Peço sempre a Deus para que te proteja, que sejamos bons amigos e que haja muito carinho e amor entre nós.
Quero estar ao seu lado sempre que desejar. Sim, porque haverá momentos em que não desejará minha companhia nem os meus agrados…Mas sempre terá o meu amor.

No decorrer da sua vida, meu filho, fique atento.
Aprenda a perceber as pessoas, o que há em cada gesto ou olhar.
Observe o que estiver à sua volta.
Tenha bom senso para ser justo com os outros e consigo mesmo.

Aprenda com os mais velhos, ensine os mais jovens.

E diga aos ansiosos que ter calma é uma virtude e aprender a respirar os ajudará a ter mais equilíbrio para pensar e realizar seus projetos de vida.

Sobretudo, meu filho, seja feliz, pois este estado de espírito te abrirá caminhos e fará florescer o que estiver ao seu redor.

Mantenha-se firme nos seus objetivos e saiba que dificuldades poderão existir para fortalecer o seu real propósito de alcançá-los.
Persista, filho, não desista.

Sua coragem, sua criatividade e sua alegria de viver serão a chave para começar a escrever sua própria história e no futuro, poderá repartir com seus filhos e netos suas experiências de vida.

Tenha fé, meu filho e não permita que a desesperança te faça visitas.
Deus cuida, ajuda, ampara e proteje. Confie.

Deus te abençoe, te amo muito.
Boa noite, meu filho, durma bem.”

Lições que aprendi…

Todos os domingos em nossa casa, às 8 da noite, paramos nossas atividades para realizar o Evangelho no Lar.
Um encontro que dura pouco mais ou menos do que 15 minutos.

Antonio sempre abre e fecha este encontro fazendo a leitura de uma mensagem contida naquele livrinho chamado “Minutos de Sabedoria”.

Tem voz grave para os seus 10 anos e lê fluentemente sem tropeços.
Lê compenetrado e fica muito sério enquanto faz isto.

Não quero aqui levantar nenhuma bandeira religiosa, mesmo porque acredito que o que faz a religião de cada um é e sempre será a sua própria consciência.

De que adianta professar esta ou aquela crença se em casa, e fora dela não praticar o que aprendeu?

Enquanto escrevo, lembro e busco para ilustrar, uma pequena história onde um garoto, adolescente, resistia em seguir os passos “religiosos” dos pais.
Por mais que insistissem, o garoto não os atendia.
Até que um dia, os pais o chamaram energicamente e o questionaram a respeito.
O garoto, que afinava uma guitarra, olhou para os pais e disse:
“- Papai, me desculpe, sei que posso ser deselegante mas vou fazer ao senhor e à mamãe duas perguntas:
Qual é a idade do senhor?”
“- Trinta e cinco, meu filho”
“- E da senhora, mãe?”
” – 33, filho.”

E ele continuou a afinar a guitarra.
Os pais intrigados, insistiram:
” – Porque você nos perguntou a idade?”
Ele parou um instante, olhou-os com seus olhos azuis e replicou:

“- Pai, faz quanto tempo que o senhor frequenta essa religião?”
” – 20 anos, graças a Deus!”
“- E a senhora mamãe?”
“- Eu nasci dentro dela, meu filho!”

“- Pois é, papai, me perdoe mais uma vez, não tenho nenhum propósito em lhes ferir.
Se há 20 anos o senhor a pratica e se minha mãe nasceu dentro da crença que ambos elegeram para seguir, se vocês vão quase todos os dias aos encontros de estudo e palestras e sempre entram por esta porta brigando um com o outro, não dialogam e muito raramente se entendem dentro de casa, não dá para entender os seus conselhos sobre a religião que me chamam a praticar.

Quantas vezes, me perdoe papai, eu deparo com a tristeza de vê-lo dormindo no sofá e a minha mãe no quarto.
Esta casa parece ser uma casa de estrangeiros.
Ninguém se entende…Sei que o erro não está na religião, ela é perfeita.
Mas se com este tempo todo de frequência aos estudos e palestras vocês ainda não aprenderam a se relacionar melhor, eu prefiro, papai, ficar com a minha guitarra e as minhas músicas, porque pelo menos assim eu terei menos drama de consciência.” *

****

Eu apenas repito…Não quero aqui levantar nenhuma bandeira religiosa, mesmo porque acredito que o que faz a religião de cada um é e sempre será a sua própria consciência.
A história nos faz refletir que, enquanto pais, fiquemos atentos, muito atentos para os exemplos que passamos aos nossos filhos porque, queiramos ou não, tudo começa em casa.

Deus os abençoe.

* A história foi extraída e adaptada do livro de Jerônimo Mendonça – “Crepúsculo de um Coração.”

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