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Tempo para os filhos  (XVIII)
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Conversando com meu filho…

“12/10/01

Oi Antonio,

Seu pai nos dá bom dia e cuida da minha barriga com muito carinho.
Às vezes ele é engraçado quando se aproxima do barrigão e fica conversando com você feito bobo.

Quando você se mexe ele fica mais bobo ainda, achando que seus movimentos são por causa da voz dele. É uma risada só!

Não converso muito com você aqui de fora, todo mundo diz que é legal, que é importante…Enfim…Só sei que consigo trocar uma porção de pensamentos com você.

Cada vez que me olho no espelho me sinto uma mulher linda, mesmo nos meus piores dias.
A barriga se avoluma, os seios enchem-se de leite, comecei a sentir um pouco de dificuldade para abaixar-me e sinto dores em volta do umbigo.

Hoje estou bem gripada, meus olhos ardem e o nariz parece uma bica.
Apesar do mal estar almoçamos bem e seu pai fica pegando no meu pé para eu não comer demais.

Sou uma futura mamãe sonhadora….Fico imaginando qual será sua carinha, se mais parecido comigo ou com o seu pai.
Cheguei a sonhar que tinha a cara dele!

Obrigada, meu filho, pelo bem que nos proporciona. Pela graça da sua vida em nossas vidas.
Pelo laço de amor que nos une e por me ajudar a construir uma família.
Obrigada por fazer-me sentir, todos os dias, os movimentos das suas mãozinhas e pezinhos, por conseguir ouvir seu coração, por vê-lo movimentando-se no ultrason.
Obrigada até pelos enjôos e azias, pelo peso da barriga que se avoluma e está linda.
Obrigada por ter vindo para ser o nosso filho. Obrigada, meu amor.”

Lições que aprendi…

Há alguns anos li um texto escrito por Cleuser de Oliveira Porto Pacheco.
Lindo, encantador, prudente nos cuidados com nossos pequenos rebentos.
Quem fez chegar este texto às minhas mãos foi a Flavinha, uma criatura linda, de olhos bem azuis, que trabalhou comigo numa agência de publicidade em Londrina.

Muito do que tento passar ao Antonio vem das reflexões que faço a respeito deste texto que nestes mais de dez anos me acompanha.

Lembro-me sempre que tudo pode esperar, mas nossos filhos não.

Tentei entrar em contato com a autora mas não tive sucesso. Nem endereço, nem telefone para contato, enfim…

Mas se um dia o Diário de Antonio virar um livro, será uma honra poder publicá-lo também.

Hoje pego carona com vocês na leitura deste texto…
E com toda a permissão para chorar, se quiser.

Prepare seu lenço, porque eu, até hoje choro quando leio.

TEMPO PARA OS FILHOS

Há um tempo de abraçá-lo bem forte e contar-lhe a mais bela de todas as histórias.

Um tempo de mostrar-lhe Deus na terra, céu e flor, para ensinar-lhe admiração e reverência.

Há tempo de deixar os pratos na pia e levá-lo para balançar no parque, apostar corrida, fazer um desenho, apanhar uma borboleta e lhe dar amizade alegre.

Há tempo de mostrar-lhe o caminho, ensinar seus lábios infantis a repetir as palavras corretas.

Há um tempo de cantar, ao invés de resmungar, de sorrir em vez de franzir a testa.

De enxugar as lágrimas com um beijo e rir dos pratos quebrados.

Um tempo de compartilhar com ele o melhor de mim nas minhas atitudes.

Há um tempo de responder suas perguntas, todas as perguntas porque pode vir um tempo em que ele não queira minhas respostas.

Há um tempo de ensiná-lo pacientemente a obedecer, a guardar seus brinquedos.

Há um tempo de assisti-lo a sair bravamente para a escola, de sentir falta de alguém para controlar e de saber que outras mentes recebem sua atenção, mas que estarei ali para atender o seu chamado quando ele voltar para casa e que ouvirei ansiosa a história do seu dia.

Há um tempo de ensinar-lhe independência, responsabilidade e auto confiança.


Antonio e Gregorio

Tempo de ser firme, mas amigável, de disciplinar com amor, pois cedo, muito cedo, haverá o tempo de deixá-lo partir, soltar as mãos da saia da mãe, pois os filhos não podem esperar.

Uma hora de cuidado hoje pode evitar anos de sofrimento amanhã.

A casa pode esperar, a louça pode esperar, a reforma da casa pode esperar, mas os filhos não podem esperar.

Haverá um tempo em que já não se ouvirão portas batendo, nem haverá brinquedos na escada, ou brigas na infância, ou marcas dos dedos na parede.

Então, olharei para trás com alegria em vez de remorso.

Haverá um tempo de olhar para trás e saber que estes anos que fui mãe não foram desperdiçados.

Oro para que haja um tempo de vê-lo justo e honesto, amando a Deus e servindo a todos.

Deus, dá-me sabedoria para perceber que hoje é meu dia com meus filhos.

Que não há momento em sua vida que não seja importante.

Que eu possa saber: que nenhuma tarefa é tão preciosa, que nenhum outro trabalho é tão importante, que nenhuma tarefa é tão urgente.
Que eu não protele e nem negligencie, mas que por Teu Espírito a aceite alegremente, jubilosamente e pela graça compreenda que o meu tempo é curto e meu tempo é agora.

Porque os filhos não podem esperar!

(Cleuser de Oliveira Porto Pacheco)

Bom feriado, Deus te abençoe. Até a próxima terça.

(Este post, vai para meus amados amigos Kraw e Marilê e sua barulhenta e maravilhosa família)

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