Uma educação voltada para o desenvolvimento de um ser humano pleno, apto não apenas intelectualmente, mas também emocional, moral e eticamente, vem se mostrando uma forte preocupação tanto de pais quanto de educadores na atualidade. Mídias sociais, alta tecnologia digital, aparatos tecnológicos de toda ordem e apelos de consumo e informativos em frequências crescentemente elevadas têm, em contrapartida, demandado das pessoas uma postura cada vez mais sensível ao entorno e à interação com o outro. Conceitos como compartilhamento, confiabilidade, transparência e coletividade emergem como práticas sociais que crescem na contemporaneidade e parecem ser muito mais que tendências passageiras.
Diante deste quadro, as preocupações de pais e educadores se ampliam e vão muito além de uma excelente formação técnica. Metodologia de educação que surgiu no século 20 a partir dos preceitos de Maria Montessori, o Método Montessoriano vem, desde a origem, contemplando um propósito educacional que enxerga o ser humano de forma mais global e integrada – daí, hoje, estar em evidência em áreas diversas, além da educação formal. Atualmente brinquedos, jogos e brincadeiras e mesmo a decoração do quarto são desenvolvidos com naturalidade dentro dos preceitos montessorianos.
Entre estes conceitos, bastante em evidência na contemporaneidade, está a questão da inteligência espiritual. O tema foi, inclusive, abordado no Encontro de Educadores Montessorianos, realizado nos dias 15 e 16 de novembro e sediado pelo Colégio Sion Curitiba.
Juliana Boff, coordenadora pedagógica do Sion Curitiba, abordou o tema “Silêncio e Espiritualidade”, fazendo a correlação entre a quietude interior e a maior capacidade da criança em fazer a leitura de suas emoções. Sua oficina foi ao encontro do que Maria Montessori intitula como educação cósmica.
Dentro do conceito de educação cósmica, o aluno compreende a si mesmo como parte integrante do universo. Assim, desenvolve noções de autocuidado e uma maior consciência com relação ao que está ao seu redor.
“Ao desenvolver o silêncio interior, a criança começa a nomear os seus sentimentos e isso traz maior percepção de si. Com isso, estamos ajudando a formar um adulto equilibrado emocionalmente”, orienta Juliana Boff. “O aluno também passa a observar a diversidade, a inclusão e a solidariedade como seus valores”, acrescenta.
Com isso, de forma natural, também trabalha sua espiritualidade, tornando-se uma pessoa preparada não apenas para buscar conquistas, mas para lidar com adversidades e superá-las ao longo da vida.
*Artigo escrito por Juliana Pedroso, coordenadora de comunicação e marketing do Sion Curitiba. O Colégio Sion colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.
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