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Formar os professores que formam professores para o uso de TIC
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Antonio More / Gazeta do Povo

Passei o mês de outubro pensando, falando e escrevendo sobre a incorporação das tecnologias no Ensino Superior, principalmente nos cursos de licenciaturas e pedagogia que formam os futuros professores. Não estou me referindo àquela disciplina sobre tecnologias educacionais que aparece, num semestre qualquer, nos currículos dos cursos. Me refiro aqui ao uso de tecnologias em todas as disciplinas dos cursos.

Lembro a todos que muitos dos futuros professores, após suas formaturas, atuarão em escolas que já têm instalado um laboratório de informática, ou os alunos já utilizam tablets, ou cada aluno tem seu laptop e os professores serão cobrados para utilizar todas estas tecnologias nas suas aulas, independente da disciplina que irá lecionar.

Então surgem três questionamentos:
1.Como foi o uso das tecnologias na universidade e /ou faculdade durante a a formação dos futuros professores?
2.Como os professores das instituições de Ensino Superior têm utilizado as tecnologias nos cursos de formação de professores?
3.Os professores do Ensino Superior utilizam tecnologias na suas aulas de forma inovadora?

Antes de responder a estes questionamentos, chego à conclusão que precisamos rapidamente fazer a formação dos professores que aí estão, ministrando aulas nos cursos de pedagogia e licenciaturas.

Talvez para a estruturação desta formação possamos utilizar as etapas da aprendizagem tecnológica apresentadas por José Mauel Moran no livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá, da editora Papirus.

A primeira etapa da aprendizagem diz respeito a usar as tecnologias disponíveis para melhorar as suas aulas, ou seja utilizar os recursos tecnológicos para:
-Melhor apresentar e expor os conteúdos da sua aula;
-Indicar aos alunos quais recursos utilizar para auxiliar seu processo de pesquisa e realização de tarefas;
-Disponibilizar seus materiais teóricos de diferentes forma, utilizando os recursos da Web 2.0.

A segunda etapa é aquela na qual o professor utiliza as tecnologias para realizar mudanças parcias na sua ação pedagógica em sala de aula:
-Criar novos espaços e atividades que vão além da sala de aula, por exemplo, blog ou comunidade no facebook da disciplina, utilizar o twitter para enviar avisos aos alunos;
-Criar novas formas de avaliação, por exemplo realizar uma produção de vídeo utilizando cameras fotográficas ou o próprio celular dos alunos, etc.

A terceira etapa é aquela que se fará uso das tecnologias para mudanças inovadoras. Esta etapa não depende só do professor, exige também uma completa reestruturação do ensino nos cursos de Pedagogia e Licenciaturas, principalmente no que diz respeito a flexibilização do currículo dos cursos e a estruturação de espaços com recusros tecnológicos diversos.

O professor poderá utilizar ambientes virtuais de aprendizagem para apoiar o ensino presencial, assim como utilizar os diversos recursos disponiveis na web 2.0 que combinam publicação e interação on-line.

Desta forma os alunos podem expressar e tornar ideias visíveis, conferindo assim uma dimensão mais significativa aos seus trabalhos acadêmicos. Isso possibilita ao professor acompanhar em diversos momentos o processo de aprendizagem deste futuro professor. Para isto os professores devem saber o que é e como se estrutura um Blog, um videolog, uma wiki, um podcast, etc.

Temos grandes desafios pela frente, no entanto precisamos (re)pensar e estruturar uma formação para os professores que formam os professores, pois cabe a ele, diante desse novo quadro promovido pela interseção das Tecnologias e a Educação, o incentivo, a coordenação, o acompanhamento flexível e constante da atuação de seus alunos, futuros professores, na sala de aula presencial e no ambiente on-line.

>> Glaucia Brito é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação.

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