A nova campanha de segurança no trânsito da Ecovia — concessionária que administra a BR-277, que liga Curitiba ao litoral –, atendeu à reivindicação dos ciclistas e inseriu a bicicleta no contexto do tráfego da rodovia.
No dia 22 de março, membros da Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu), da Federação Paranaense de Ciclismo (FPC) e o blog Ir e Vir de Bike estiveram na sede da empresa apresentando uma proposta formal de parceria no desenvolvimento de ações educativas e de segurança a respeito do uso da estrada por ciclistas.
A reunião com representantes da concessionária foi solicitada pelas entidades ligadas ao esporte e à ciclomobilidade em fevereiro, após a tragédia que matou o ciclista Demétrius Kirach, atropelado por um caminhão enquanto treinava no acostamento da rodovia.
A principal sugestão apresentada pelos ciclistas foi a instalação de placas de sinalização no trecho urbano e ao longo do acostamento da rodovia. Os ciclistas também sugeriram a execução de campanhas educativas, voltadas tanto para os motoristas quanto para os ciclistas que trafegam no trecho da BR-277.
“O mais importante é um política de redução de danos, que traga visibilidade aos ciclistas que trafegam diariamente pela rodovia”, disse, na ocasião, o presidente da CicloIguaçu, Goura Nataraj.
Apesar de não ter se comprometido formalmente com as propostas, sob o argumento de que toda implantação ou projeto de sinalização precisa da autorização do DER e da Polícia Rodoviária Federal, o gerente de engenharia e atendimento ao usuário, Davi Terna, afirmou na ocasião que a empresa estaria aberta para encaminhar as demandas aos órgãos competentes.
Um pequeno, mas importante avanço
A inclusão da figura do ciclista e da bicicleta no contexto na nova campanha da Ecovia representa um importante avanço ao dar visibilidade aos usuários da bicicleta, ajudando a reforçar a segurança dos centenas de ciclistas que diariamente usam a rodovia para treinos ou viagens cicloturísticas.
Entretanto, outras medidas adicionais se fazem necessárias e urgentes, como a sinalização ostensiva dos trechos urbanos sobre a presença de ciclistas e pedestres, a exemplo do que já ocorre em outros países.
Ainda que a campanha tenha outras peças — todas incendivando a prudência na condução dos veículos –, é importante chamar a atenção dos motoristas para a presença dos ciclistas ao longo de todo o trecho da rodovia, como forma de protegê-los.
Direitos e riscos
Durante a reunião de março, Terna reconheceu o direito dos ciclistas — atletas, trabalhadores e turistas — trafegarem no acostamento da rodovia, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em seu artigo 244, § 1º e incisos subsequentes. Ele, no entanto, lembrou que o ambiente oferece riscos.
No encontro, o executivo reconheceu o erro e chegou a se desculpar por uma nota à imprensa em que a empresa afirmou que a rodovia “não é lugar de ciclista” após a morte de Kirach.
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