Os vereadores da bancada de oposição da Câmara de Curitiba não estão satisfeitos com as respostas que têm recebido da prefeitura de Curitiba a respeito da compra de novos ônibus para o transporte coletivo da capital. Segundo eles, não está claro se o dinheiro para a compra está saindo das empresas concessionárias ou do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) – que é um fundo público vinculado a Urbs e alimentado com a receita gerada com a venda de passagens de ônibus.
Pelo contrato de concessão, os ônibus devem ser comprados pelas empresas e, posteriormente, a Urbs, com recursos do FUC, remunera esses investimentos no prazo de dez a doze anos. Ou seja, repassa aos empresários nesse prazo o valor equivalente ao que foi gasto na compra do novo veículo.
LEIA MAIS: Falhas mecânicas e superlotação de tubo marcam 1ª semana do Ligeirão Norte-Sul
A suspeita dos parlamentares é que a ordem desses pagamentos tenha sido invertida: em vez de remunerar a compra após ela ter sido feita, a Urbs teria adiantado repasses para as empresas. Por isso eles vão encaminhar ao Ministério Público, nesta quarta-feira (11), um documento relatando as inconsistências que eles encontraram em respostas da prefeitura encaminhadas à Câmara Municipal.
O sindicato que representa as empresas de transporte e a Urbs rechaçam a suspeita. Segundo o Setransp, nenhum aporte extraordinário foi feito para viabilizar a compra dos veículos.
O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, também garante que o dinheiro não saiu do Fundo de Urbanização de Curitiba.
“As empresas fizeram as aquisições. O Banco Volvo financiou todos esses biarticulados para as empresas – tanto os chassis, que são da Volvo, como as carrocerias, da Marcopolo. A Urbs não é nem fiadora do contrato, nós só verificamos se tudo está de acordo com o projeto e as especificações exigidas”, afirmou.
Além da renovação da frota, os parlamentares questionam um repasse extraordinário de R$ 22 milhões para que as empresas pagassem o 13º dos funcionários e também apontam o aumento de tarifa decorrente de pontos do acordo entre a Urbs e o Setransp, sindicato que representa as empresas concessionárias. Como o blog já mostrou, esse aumento praticamente igualou o preço pago pelos passageiros ao que é repassado às empresas. Entenda porque isso dificulta a promessa do prefeito Rafael Greca (PMN) de congelar a tarifa em 2018.
Por enquanto, assinam o documento os vereadores da bancada de oposição: Goura (PDT), Profesor Silberto (PMDB), Professora Josete (PT), Marcos Vieira (PDT) e Noemia Rocha (PMDB). A oposição ainda tenta angariar o apoio dos vereadores Felipe Braga Côrtes (PSD), Professor Euler (PSD) e Cacá Pereira (PSDC), da bancada independente.
Acompanhe o blog no Twitter.
-
As bombas fiscais que Lira e Pacheco podem armar contra o governo Lula
-
Twitter Files Brasil: e-mails mostram que busca do TSE por dados privados também afetou personalidades da esquerda
-
O atraso como consequência da corrupção e da ineficiência
-
Silas Malafaia vira “porta-voz”de Bolsonaro para críticas a Moraes
Governo federal promete portaria que afeta possível renovação de concessão de ferrovia no Paraná
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Deixe sua opinião