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(Foto: Elza Fiuza/ABr)
(Foto: Elza Fiuza/ABr)| Foto:

A pouco mais de dez dias do início do período em que os partidos políticos vão realizar suas convenções para a escolha dos candidatos, já é possível prever uma baixa disposição para a renovação dos nomes que vão entrar na disputa. O que dá essa pista é o modo como os partidos se estruturam para conferir poder excessivo aos políticos tradicionais.

Nos estados e municípios, os partidos se organizam de duas formas: como comissões provisórias – em que a direção nacional escolhe os dirigentes estaduais e os líderes do estado definem quem comanda a sigla nos municípios; ou como diretórios, quando a direção partidária é eleita pelos filiados.

O consenso é que as comissões provisórias fortalecem os caciques dos partidos e os diretórios incentivam a participação dos filiados, portanto uma construção partidária mais orgânica e democrática.  Nas cidades do Paraná, a forma de organização mais comum é a que valoriza o caciquismo nas siglas.

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Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 4.611 órgãos partidários estabelecidos em municípios paranaenses, apenas 953 funcionam com estrutura definitiva, o que equivale a 20% do total.

Entre os dez partidos com maior presença nos municípios, apenas o MDB tem mais diretórios que comissões provisórias. Ao todo, dos 35 partidos registrados nos municípios do Paraná, sete têm mais órgãos definitivos que provisórios. Além do MDB, há o PT, DEM, PDT, PTC, PSOL e Novo, que só tem um diretório no estado.

Com esse tipo de organização, as decisões a respeito da ação dos partidos ficam centralizadas no comando estadual da legenda. Isso interfere, por exemplo, nas articulações de apoios a candidatos. Ainda que a base do partido em determinado município tenha preferência por um candidato, pode ser obrigada a apoiar o político de preferência dos comandantes estaduais da legenda.

Em tese, a comissão provisória deveria ser um passo em direção à implementação do diretório. Entretanto, o que se vê no estado – e a situação do Paraná não foge do que acontece no resto do país – é que as instâncias provisórias são mantidas por muito tempo justamente para garantir o poder das decisões nas mãos dos caciques dos partidos. Um exemplo desse controle é que as comissões provisórias podem ser dissolvidas a qualquer momento pela direção estadual ou nacional.

No nível estadual, a proporção de comissões e diretórios não é a mesma, mas ainda assim muitas das legendas do Paraná estão sujeitas à intervenção da direção nacional. Dos 34 partidos estabelecidos em nível estadual, 14 são comissões provisórias.

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