Mesmo preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, segue atento ao cenário político nacional. Em outubro, a assessoria do ex-parlamentar fez um post em suas redes sociais endossando o apoio de sua filha à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). Após o resultado das urnas, entretanto, Cunha faz uma análise pessimista do futuro governo e prevê que ele reanimará as discussões sobre a implantação do parlamentarismo.
A interlocutores com trânsito livre no Complexo Médico Penal, ele tem dito que o destino mais óbvio do governo Bolsonaro é uma intensa crise política. Essa tensão poderia ser adiada com a melhora do cenário econômico.
LEIA MAIS: O efeito retardado das urnas
Conhecedor da dinâmica que distribui e sustenta o poder político em Brasília, Cunha avalia que Bolsonaro nunca foi um negociador. Para o ex-deputado, Bolsonaro imagina que sua expressiva votação e o grande apoio popular a suas posições serão suficientes para construir uma base de apoio no Congresso. Essa, entretanto, não é a dinâmica do parlamento. Na avaliação de Cunha, nem o bolsonarismo será capaz de superar a tradição de negociar do Legislativo.
VEJA TAMBÉM: Novos senadores do Paraná não querem Renan Calheiros no comando do Senado
Sem apoio no Congresso, Bolsonaro poderia enfrentar dificuldades na aprovação de reformas e de matérias centrais para a manutenção de seu discurso conservador. Com isso, estaria aberto o caminho para uma nova crise política que, na visão de Cunha, abriria espaço para que ganhassem força movimentos em defesa do parlamentarismo.
Acompanhe o blog no Twitter.
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião