Era esperado que o afastamento do ex-senador Roberto Requião da presidência do MDB do Paraná distanciasse a legenda do Partido dos Trabalhadores. O diálogo com o PT e especialmente a defesa do ex-presidente Lula era muito mais uma pauta de Requião que de seus correligionários. Muitos emedebistas atribuíram o fraco desempenho eleitoral da legenda no ano passado ao discurso petista do partido.
Ainda que sobrinho de Requião, o ex-deputado João Arruda, atual presidente da legenda no Paraná afirmou categoricamente que “se encerra um ciclo de parceria com o PT”.
A declaração foi feita no contexto de previsões para as eleições municipais de 2020. “Apesar de liberarmos os municípios para fazerem suas coligações, a recomendação do partido é essa [de não se aliar ao Partido dos Trabalhadores]”, afirmou.
LEIA MAIS: A Curitiba ideal dos quatro principais cotados para a prefeitura
Ainda que os partidos não viessem se coligando formalmente nas disputas para o governo ou para a prefeitura de Curitiba, havia um alinhamento político e ideológico entre os dois grupos.
Levada a cabo, a decisão emedebista pode reconfigurar a oposição no estado – já que os dois partidos vinham sendo responsáveis pelo embate com o governo nas gestões de Beto Richa (PSDB), Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSD). De certa forma, o movimento é similar ao que está acontecendo no plano federal, onde PDT, PCdoB e PSB articulam uma oposição independente do PT.
No estado, as legendas não estão alinhadas do mesmo modo que em Brasília – o MDB do Paraná está mais a esquerda que o nacional, mesmo sem o comando de Requião, e o PSB local parece estar mais à direita, sempre aliado ao PSDB. Ainda assim, a declaração de Arruda indica que se articula no Paraná a criação de uma oposição de centro-esquerda que não seja ancorada no Partido dos Trabalhadores.
Esse movimento começou nas eleições de 2018, quando João Arruda foi candidato a o governo com o apoio do PDT, PCdoB e Solidariedade. Há emedebistas que defendem a reedição dessa aliança em Curitiba no ano que vem. Um empecilho evidente para isso é que tanto João Arruda como o deputado Gustavo Fruet (PDT) não escondem o desejo de disputar a prefeitura.
Acompanhe o blog no Twitter.
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião