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Jon Jones quer recuperar o cinturão do UFC. Foto: Inovafoto/Divulgação
Jon Jones quer recuperar o cinturão do UFC. Foto: Inovafoto/Divulgação| Foto:
Foto: Inovafoto

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Há um lado bom no doping do americano Jon Jones, ex-campeão meio-pesado (até 93 kg) do UFC.

A retirada do lutador do combate principal do UFC 200, o mais importante da história da organização, apenas três dias antes do evento, prova que a mudança no controle antidoping do campeonato é real. E não poupa ninguém.

Nem mesmo o próprio Ultimate.

Dana White e os irmãos Fertitta vão deixar de faturar milhões de dólares com a ausência de Jones, sem dúvida. Mas começam a ganhar credibilidade após anos de práticas nebulosas na condução do programa contra trapaceiros dentro do maior torneio mundial de MMA.

A revolução começou em julho de 2015, quando entrou em vigor o acordo para a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) gerir, com independência, com programa de performance e saúde dos atletas.

O caso de Anderson Silva, flagrado com traços de esteroides anabolizantes no sangue em janeiro do ano passado, foi o estopim para a mudança. Se fosse hoje, certamente ele não teria entrado no octógono contra Nick Diaz, que adivinhe, também caiu no doping na ocasião (maconha).

Logo de cara, as penas dobraram. Lutadores pegos com PEDs (drogas de aumento de performance) – provavelmente o caso de Jones, já que drogas ‘recreativas’, como maconha e cocaína, não são testadas fora do período de competição (o exame positivo foi em 16/6) – terão penas iniciais de dois anos, que podem subir para quatro em caso de alguns agravantes.

Na reincidência, a punição também é dobrada.

Além da rigidez na punição, o controle também aumentou. Neste primeiro ano sob tutela da USADA, os lutadores foram testados 1.320 vezes, dentro e fora de competição. A meta é chegar a 2.750 exames anuais. Testes nada baratos, pagos pelo próprio UFC.

Conor McGregor, Holly Holm (13), Rafael dos Anjos, Vitor Belfort, José Aldo (12) e Anderson Silva (11) foram os atletas mais testados.

É claro que Jones ainda tem o direito à contraprova e não pode ser considerado culpado até o resultado ser divulgado. Em coletiva de imprensa nesta quinta (7), ele chorou diversas vezes, pediu desculpas aos fãs e ao adversário Daniel Cormier, mas negou a utilização de PEDs. Disse que não trapaceia.

De qualquer forma, é mais uma polêmica para o ex-campeão, que já foi pego por cocaína, em 2014 (e foi somente multado) e também foi preso por causar acidente de trânsito e fugir da cena. Um lutador impecável, para mim o melhor de todos os tempos, mas que se sabota no caminho para ser realmente grande.

Há males que vem para bem. E agora é hora de Jones e do UFC enfrentarem a situação.

***

“Existe a chance de que alguns lutadores de alto nível, ou de que qualquer outro lutador, sejam pegos. Lutas importantes podem ser canceladas por causa disso, mas estamos preparados para lidar com isso”.

Lorenzo Fertitta, um dos donos do UFC, em junho de 2015, após a assinatura de contrato com a USADA.

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