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Conheço colegas que jamais falam de trabalho em casa. Resolveram que deixariam todos os assuntos e eventuais angústias do trabalho da porta de casa para fora.

Acho essa uma decisão corajosa, tanto pela intenção de não trazer o trabalho para casa, como pela tentativa de mudar de frequência.

Mas me pergunto o quanto a família pode compreender ausências, períodos de stress, comportamentos afetados por questões ligadas ao trabalho, se ela não tem como saber o que se passa?

Ao mesmo tempo, por mais que tentemos compartilhar o que se passa no trabalho, caso nossa decisão seja diferente da dos colegas citados acima, acho que é bastante difícil expressar e transmitir de fato o que acontece no trabalho, principalmente o que acontece dentro de cada um. Não tanto sobre o dia-a-dia no ambiente do trabalho, mas sim o que se passa no lado emocional, na pressão interna, ou como o que acontece no trabalho nos afeta. Me refiro ao lado fisiológico (pressão alta, insônia etc.) e ao psicológico também (ansiedade, angústia etc.).

A verdade é que se não tentarmos de fato mergulhar no que estamos vivendo no lado emocional, partindo do princípio que o seu ouvinte esteja realmente interessado, não conseguiremos verbalizar as coisas de forma adequada, não conseguiremos transmitir o assunto da conversa de forma efetiva. E o que é pior: não teremos insights sobre nós mesmos, sobre nosso comportamento, sobre nossas reações. Não integraremos o pensar e o sentir.

Acho que o princípio-mestre disso tudo é a tentativa de não dissociar a pessoa do executivo, o ser humano do profissional. Todos temos os dois lados. E temos que nos colocar no lugar do outro. Seja ele um colega, um subordinado, um chefe, ou um ouvinte em casa.

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