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Eu, particularmente, amo batom! E fui ler sobre como é que esta maravilha foi criada. Descobri que durante vários séculos, colorir os lábios foi um sinônimo de sensualidade e más intenções.

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As mulheres mesopotâmias foram as primeiras  a usarem “batom”, elas pulverizavam minérios para decorar os lábios.

No Antigo Egito, pigmentos vermelhos extraídos de algas eram utilizados pelas classes menos favorecidas. “Púrpura de Tyr”, uma tinta vermelha obtida a partir do óxido de ferro, bastante rara, produzida na cidade fenícia de Tiro, para as altas classes .

No museu de Berlim, pode-se ver no busto de Nefertiti, a rainha egípcia esposa do faraó Akhenaton, que os lábios femininos já eram pintados.

As gregas usavam uma raiz vermelha chamada “polderos” misturada com cera de mel. Mas, na Grecia do século II, uma lei proibia as mulheres de utilizar pigmentações na boca antes do casamento.

Na Europa Medieval, o batom foi proibido pela igreja visto que era usado como uma encarnação de Satã.

No reinado da rainha Elizabeth I ter lábios vermelhos e rosto branco tornou-se moda. Em 1770 uma lei britânica fez com que o casamento pudesse ser anulado se a mulher tivesse usado cosméticos pré-nupciais. A explicação era simples: moças que coloriam os lábios tinham um grande poder de sedução capaz de enganar os homens.

No final do século 19, Guerlain, fabricou o primeiro batom comercial, coberto de papel de seda e feito de sebo de veado, óleo de rícino e cera de abelha, com corante carmim de cochonilhas (um tipo de inseto) do México e da América Central, e que era aplicado com pincel. No mesmo ano, um francês de nome Rhocopis, criou o “Batom Serviteur” (Bastão Servidor), uma massa de talco, óleo de amêndoas, essências de bergamota e limão, de cor vermelha e que também era vendido em papel de seda.

O formato se modernizou. Em 1915, apareceu nos EUA como um pequeno tubo metálico inventado por Maurice Levy.

Deslizava-se uma pequena alavanca na parte lateral do tubo com a ponta dos dedos para deslocar o batom para cima para o topo da embalagem. A sua aceitação foi quase instantânea. Em 1921 a revista Vogue publicitava esse “tubinho” como um acessório de elegância que todas as mulheres de classe deveriam possuir.

O primeiro tubo giratório foi patenteado por James Mason Jr. nos EUA, em 1923. Como começaram a usar batom para fotografias, elas ajudaram o batom a ser aceitável.

Porém, alguns contêm substâncias tóxicas, e até cancerígenas. Aplicados nos lábios, acabam sendo ingeridos em pequenas porções. Quem usa regularmente pode chegar a comer mais de dois batons por ano! Chumbo, mesmo em baixas concentrações, pode causar intoxicação, dor de cabeça, tremores, fraqueza muscular, formigamentos, doenças renais, osteoporose, alterações reprodutivas, e surgimento de tumores. Perda de concentração, hiperatividade, insônia, baixa imunidade, dificuldade de perder peso, entre outros distúrbios e doenças.

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Pesquisadores da Food and Drug Administration (FDA), encontraram chumbo em 400 amostras de batons de marcas amplamente disponíveis no mercado.

Mas “só” identificar chumbo nos batons não é a pior parte. Foram encontradas concentrações muito acima dos níveis de pesquisas anteriores. Ou seja: algumas marcas elevaram o chumbo em até dez vezes. E há uma infeliz verdade: as grandes marcas de batom têm, sim, resquícios dele em sua composição, e essa realidade é preocupante.

Também foram encontrados níquel, cromo, alumínio, cádmio, cobalto, cobre, manganês e titânio em produtos labiais.

A atitude mais prudente é optar por batons de empresas que tenham compromisso com o consumidor, que se preocupem

em levar cosméticos menos nocivos ao mercado. Ler rótulos e lembrar de evitar o uso de maquilagem em crianças, onde, pelo baixo peso corporal, a contaminação seria maior ainda. Procure batons com procedência orgânica e de linhas hipoalergênicas, com comprometimento ecológico, ok?

Porque, vamos e venhamos, deixar de usar BATOM não dá, né?

Por Raquel Camargo – médica endocrinologista e consultora do Clube da Alice

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