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PALAVRAS NO ESPORTE
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PALAVRAS NO ESPORTE.Cynthia Duarte e Katia CostaFui recrutada por uma amiga para dar suporte a ela pelos últimos 10 dos 42 quilômetros da Maratona de Curitiba realizada no domingo passado. Katia Costa, minha amiga, é uma atleta experiente e estava muito bem treinada. Além disso, a Maratona de Curitiba é uma prova muito bem organizada. Então, qual seria a minha função? Que suporte seria este?

Incentivo! Motivação para estes quilômetros delicados das Maratonas. Segundo ela é neste último estagio da prova que o “bicho pega” a “jiripoca pia” e a “coisa entorta”. Mas o que falar neste momento em que as câimbras começam a beliscar as pernas, a dor começa a ficar intensa? Pior, é bem nessa hora que a sua mente, começa a mentir para você e pedir para você parar. Palavras duras desafiando-o – modelo Tropa de Elite? Palavras doces se solidarizando com a dor nestes minutos difíceis? Ou gritos de motivação?

Pessoas, atletas se diferem um dos outros estando na mesma situação e, penso que é exatamente ai que entra o autoconhecimento: O que te move? O que te vai fazer seguir na hora que a sua mente quer que você pare de sofrer?

Ocorre-me uma situação onde fui convidada para uma competição de ciclismo em Brasília onde estariam as melhores do país, dentre elas uma família de ciclistas com três meninas que tinham características de um comportamento um pouco mais agressivo do que as demais. Estas ciclistas tinham êxito em quase todas as competições.Uma jornalista de uma revista especializada em ciclismo me disse uma frase na noite que antecedia a prova que me moveu de forma determinante durante a difícil competição do dia seguinte: “ Vocês – se referindo as restantes das competidoras – parecem umas Penélopes Charmosas correndo com as meninas Fernandes!” No primeiro momento de definição da prova, pensei : “Penélopes, é?!” Aqui não tem Penélope nenhuma! “  Ataquei , junto com as Fernandes e, finalizei a prova bem infiltrada entre as duas!” O desafio me moveu!

Cynthia Duarte competindoQuando minha filha tinha cinco meses, fui disputar minha primeira prova de ciclismo depois da gravidez. Escolhi, para recomeçar, uma prova solitária sem riscos de queda em pelotão. Uma prova de contra – o – relógio. Somente eu…a bicicleta, 20 quilômetros e… o relógio. Estas provas são conhecidas por requisitarem do ciclista um sofrimento intenso desde a largada até a última pedalada no metro final. Enquanto pernas e estômago doíam, o ar custava a entrar no pulmão e a cabeça dizia: “Pare com isso! Pra que isso? Diminua um pouco a força! ” O problema é que em uma prova de contra o relógio você não tem esta opção. Foi ai então que comecei a produzir mentalmente palavras de motivação imaginando aquele bebê na linha chegada. Não desisti e ainda consegui uma excelente colocação naquele campeonato estadual.

Alguns atletas são movidos por palavras positivas, outros pelas desafiadoras. Existem os que precisam do silêncio, somente uma presença.

Se você ficou curioso por quais foram as minhas palavras de incentivo para a Katia maratonista, deixo uma dica: Quando ela me recrutou para a função de acompanha-la, ela me disse – Preciso de uma “corneta” para até o fim da prova…

Sou Cynthia Duarte – Atleta profissional de ciclismo por 20 anos, atualmente triatleta.

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Por Cynthia Duarte

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