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Os nove primeiros meses do ano foram bons para as empresas paranaenses. Uma amostra de 13 empresas de capital aberto com sede no Paraná, não financeiras e que entregaram seus relatórios trimestrais à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) até 15 de novembro, aponta para um crescimento de 10,6% nas vendas nos primeiros três trimestres, comparativamente a igual período de 2017. Nesse intervalo, os lucros dessas empresas aumentaram quase três vezes: 31,5%.

A melhora no resultado final é atribuída a uma série de fatores: queda nas despesas operacionais e perdas financeiras menores. Entre janeiro e setembro, elas tiveram um lucro combinado de R$ 1,83 bilhão. E as vendas atingiram R$ 22,4 bilhões.

Mais da metade das vendas e do lucro vieram de uma só empresa: a Copel. A concessionária paranaense de energia teve uma receita de R$ 11,3 bilhões, 11,3% a mais do que em igual período de 2017. Os lucros foram de R$ 1,05 bilhão, 6,9% a mais do que em igual período de 2017.

As empresas paranaenses tiveram, também, um bom desempenho no terceiro trimestre. As vendas atingiram R$ 8,45 bilhões, 14,1% a mais do que nos mesmos meses de 2017. Mas os lucros aumentaram pouco mais do que a metade: 7,4%, atingindo R$ 794,6 milhões. O resultado final foi impactado negativamente pelos aumento nos custos dos bens e/ou serviços vendidos e pelo maior pagamento de tributos.

Energia

A Copel concentrou pouco mais da metade das vendas no terceiro trimestre (R$ 4,3 bi, ou 18,3% a mais do que no mesmo período de 2017) e um pouco menos da metade dos lucros (-13,4% em relação a igual época do ano anterior).

Mas, segundo documentos encaminhados pela Copel à CVM, no terceiro trimestre, a geração de caixa da Copel (também conhecida como Ebidta, lucro antes de juros, depreciação, impostos e amortizações) foi de R$ 785,6 milhões, 23,1% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Os números foram impulsionados pelo resultado dos reajustes tarifários aplicados às linhas de transmissão em que a Copel GeT tem participação; pelo maior volume de energia vendido aos consumidores finais e pelo reajuste das tarifas da Copel Distribuição em junho.

Logística

Quem teve um grande crescimento no lucro foi a operadora logística Rumo. No comparativo entre os terceiros trimestres de 2017 e 2018 houve uma expansão de quase três vezes, atingindo R$ 228,6 milhões. Uma conjugação de fatores explica o resultado bem positivo: as receitas cresceram 13,4%, os custos dos serviços proporcionalmente caíram e o resultado financeiro foi melhor.

A geração de caixa foi 19% maior no terceiro trimestre na comparação com os mesmos meses de 2018. O resultado, segundo a empresa, é reflexo do aumento de 15% no volume transportado e a maior eficiência nos custos e despesas.

“No 3.° trimestre de 2018, o custo variável apresentou crescimento inferior à expansão do volume. A contínua redução no consumo unitário de diesel pelas locomotivas entre os trimestres, compensou os maiores dispêndios com combustível no período. Além disso, a companhia segue demonstrando sua capacidade de crescer volumes sem aumentar o custo fixo”, destaca a empresa em seu relatório de resultados.

Segundo a empresa, a maior capacidade viabilizada pelo plano de investimentos e a eficiência nas operações permitiram o crescimento significativo no transporte de grãos. “A safra recorde de soja – crescimento de 4,6%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – estendeu o período de exportação do grão, compensando a menor produção de milho em alguns estados, e contribuiu para o aumento de 14% no volume agrícola transportado”, informa a empresa.

A operadora logística também aumentou sua representatividade nos principais portos de atuação. Em Santos (SP), ganhou 7 pontos percentuais no market share, devido ao aumento de capacidade da ferrovia. No Sul, cresceu 5 pontos percentuais na participação de mercado em Paranaguá e São Francisco do Sul (SC). A queda de 7% de exportações destes portos foi compensada com um incremento de 10% nas operações nesses dois locais, em função da maior capacidade e competitividade frente ao transporte rodoviário.

Saneamento

Quem também teve queda nos lucros foi a Sanepar. Documentos enviados pela companhia de saneamento à CVM mostram que, no terceiro trimestre, houve uma retração de 24,6% no comparativo com o mesmo período de 2017, para R$ 132 milhões. Mas, a receita aumentou 3,4%, passando para R$ 1,12 bilhão, em função da revisão tarifária e do aumento no número de ligações.

Uma série de fatores influenciaram negativamente nos resultados: um deles foi o aumento nos custos e despesas operacionais que cresceram 6,2% entre os primeiros trimestres de 2017 e 2018. Houve um crescimento de 20,8% na energia elétrica alocada aos custos de de operação, decorrente da bandeira vermelha entre julho e setembro, e do reajuste na tarifa de energia a partir de 24 de junho.

Também influenciou negativamente no resultado o pagamento de ações judiciais no valor de R$ 25,1 milhões e o aumento de despesas financeiras, influenciado principalmente pela atualização do arrendamento mercantil financeiro (obras de esgoto no litoral).

Informática

Outra empresa que teve um forte crescimento no lucro foi a Positivo Tecnologia. A alta foi de 155,9% no comparativo entre os terceiros trimestres de 2017 e 2018, atingindo R$ 11,8 milhões.

As vendas entre julho e setembro foram de R$ 490 milhões, 12,1% a mais do que nos mesmos meses de 2017. Segundo a empresa, os principais destaques foram um pequeno aumento de 0,2 pontos percentuais no market share – que é de 14,9%, de acordo com o IDC -; o crescimento de 55,1% na receita líquida com telefones celulares, onde a participação de mercado aumentou 1,6 ponto percentual e a entrada no mercado PC gamer com a introdução de uma nova marca, que tem linhas de notebooks e desktops de alta performance.

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