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O seleto grupo de empreendedores abaixo de 30 anos que figuram na lista da Revista Forbes é um reconhecimento do que já foi feito e do que pode vir de resultados positivos. Julia Alcântara, do Grupo Orna, figura na lista de 2018, a quinta edição do UNDER30 Brasil. Dividida em 13 categorias, a seleção lista 90 jovens brasileiros influentes em áreas como Tecnologia, Finanças, Desing, E-commerce. Para a jovem de 28 anos que começou aos 19 no mundo dos negócios, ao lado das irmãs Bárbara e Débora, receber o reconhecimento de um meio de comunicação internacional foi uma surpresa, “uma boa surpresa! É um marco na minha carreira”. O Grupo Orna teve início em 2009 com o blog Tudo Orna. A ele se seguiram a marca Orna, de roupas e acessórios (2014); a Orna Makeup, com produtos de beleza e cosméticos (2016); o Efeito Orna, com cursos à distância de empreendedorismo e marca digital (2017); o Orna Café, espaço físico, em Curitiba (2018). Conheça um pouco dessa essência na entrevista da empreendedora.

 

No site da Tudo Orna vocês – as três irmãs – afirmam que “com nossas mentes inquietas, criar se tornou parte da nossa essência”. Qual é a sua essência? E como o empreendedorismo se encaixa, se traduz nessa essência?

Crescemos em um lar do qual fomos muito incentivadas a não nos acomodar. Sempre éramos estimuladas a não desistir do que acreditávamos, mesmo que todas as probabilidades dissessem o contrário. Quando começamos, muito pouco ou, arrisco a dizer, quase nada, era falado sobre novas mídias, uma vez que era o começo de tudo. Fomos nos adaptando conforme tudo ia acontecendo e criamos nossas próprias maneiras de lidar com esse mercado. Nossa essência foi sempre “acreditar naquilo que estávamos fazendo e persistir”.

Como foi seu início no Grupo Orna?

Quando começamos a trabalhar juntas, em 2009, eu tinha 19 anos. Ainda na faculdade de Design Gráfico, na UTPFR, trocava noites de estudos acadêmicos pela dedicação ao blog, que nasceria em 2010. Nessa época percebi que eu estava muito entusiasmada com o mundo criativo do qual estávamos criando e, mesmo que naquela época não ganhássemos um centavo com isso, o crescimento da comunidade e o engajamento dos seguidores era o que me motivava a sempre continuar a criar.

Há um vídeo em que suas irmãs contam a trajetória dos negócios. Elas falam que nem tudo são flores no caminhar empresarial. Qual a sua percepção sobre essa questão?

O empreendedorismo é muito romantizado. Fala-se muito das vitórias e pouco da trajetória. É claro que é mais inspirador falar das conquistas. Mas gostamos de apresentar um lado mais realista para não gerar nenhuma ilusão em quem sonha seguir esse caminho. A situação fica mais complexa quanto enxergamos a realidade de empreender no nosso país. Quase nada de incentivo, muitos impostos, muito tempo trabalhando sem conseguir tirar um pró-labore. Ainda assim, temos cuidado ao compartilhar as dificuldades que passamos, pois reconhecemos nossos privilégios, e, por muito tempo, nos sentimos desconfortáveis em falar sobre o que não deu certo.

O que vocês buscam ao falar sobre as pedras no caminho e as dificuldades? O que buscam construir ao dividir as experiências que vivenciam?

Há vários fatores externos, além do esforço individual, que influenciam para a chegada do “sucesso”. Nós focamos, também,  na capacidade intrínseca do ser humano de sonhar e acreditar, que são fatores internos. Falamos muito em mindset de crescimento. Quando dividimos o que deu certo e também o que deu errado, nossas experiências se tornam um aprendizado para aqueles que estão passando por momentos de dificuldade. Tivemos situações desde falta de dinheiro para pagar pessoas que colaboravam conosco (passamos muito tempo sem ganhar nosso dinheiro para poder pagar as pessoas que trabalhavam com a gente, naturalmente) a calote de milhares de reais de pessoas que acreditávamos serem nossas parceiras, tendo que pagar uma dívida que não era nossa. Hoje, temos mais cautela e sabemos a hora de confiar e de desconfiar. Transformamos essas dores em força e motivação para melhoramos a cada dia. Trabalhamos duro e reconhecemos nossas lutas para ajudar outros a conseguirem o mesmo. Sentimos que é a nossa responsabilidade como mulheres empreendedoras.

O guarda-chuva do Grupo Orna inclui atuação em áreas diferentes, apesar de algumas se complementarem. Como é cuidar de negócios diferentes? Como você se insere no processo de organização, administração e planejamento das áreas?

Nos consideramos empreendedoras em série. A diferença é que não criamos nossas empresas/marcas e as vendemos, mas continuamos realizando a operação e gestão dentro do nosso próprio grupo. O Grupo Orna é mais um lifestyle que une todas as nossas marcas. Elas estão ligadas pelos mesmos propósitos de incentivar pessoas a serem protagonistas de suas vidas, estimulando a coragem, a concentração e a criatividade, sendo na hora da escolha de uma compra de um produto de moda/beleza ou na decisão de aprofundar conhecimentos sobre empreendedorismo. Hoje, conseguimos nos separar em times e organizar as diferentes marcas. Eu, no momento, procuro me focar nas marcas ORNA e ORNA Makeup, assim como no processo de internacionalização do Grupo Orna.

Você mora em Miami/EUA . É onde está trabalhando para o processo de internacionalização?

Exato. O mercado americano é muito diferente do mercado brasileiro, e ter a possibilidade de realizar esse estudo morando em Miami está fazendo toda a diferença.

Quais os planos para 2019?

O nosso livro está em andamento, estamos o escrevendo com muito carinho. Nossa ideia é compartilhar com os seguidores, tanto os que nos acompanham desde 2010, quanto aqueles que nos conheceram mais tarde e até mesmo as pessoas que não conhecem nossa história, tudo aquilo que passamos. No livro  compartilhamos experiências de fracassos e outros momentos difíceis em nossa jornada empreendedora que ainda não compartilhamos com ninguém. Em 2019, ainda, queremos lançar outras turmas de nosso curso digital, no qual compartilhamos sobre Posicionamento Digital e Branding. Além do nosso mais ousado plano, que é iniciar a internacionalização do Grupo Orna.

Como você recebeu a inclusão de seu nome na lista da Forbes UNDER30. O que isso significa para você?

Foi uma grande surpresa boa. Ser considerada parte da lista que nomeia, segundo a revista,“os mais brilhantes empreendedores, criadores e gamechangers abaixo dos 30 anos, que revolucionam os negócios e transformam o mundo” é um grande marco na minha carreira. Significa que quando trabalhamos com um propósito e ao lado de pessoas que acreditam na mesma coisa que você, podemos ir longe.

O que essa inclusão reflete nos negócios do Orna?

É muito bacana perceber o reconhecimento de um meio tão consagrado internacionalmente. Com certeza esse é um bom começo para a inserção no mercado internacional.

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