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Foto; Divulgação/ Padaria América
Foto; Divulgação/ Padaria América| Foto:

Danielle Blaskievicz, especial para a Gazeta do Povo

Nomes, receitas, histórias, clientes. A Padaria América, fundada em 1913, continua sendo administrada por Eduardo Engelhardt. Claro que não mais o filho do alemão Friedrich Eduard Engelhardt que chegou a Curitiba 30 anos antes. Mas o bisneto dele: Eduardo Henrique Engelhardt, 44 anos, que, ao lado da irmã, Andréa Engelhardt, 47 anos, assumiu as tradicionais receitas de pães que conquistaram o paladar curitibano e o desafio de manter viva a história do empreendimento.

Hoje, a broa de centeio, produto mais procurado da casa, faz parte do Patrimônio Imaterial Cultural de Curitiba. A receita é a original do “Seu Bruda”, como Evaldo Ernesto Engelhardt, filho do fundador e avô dos atuais proprietários, era conhecido pelos clientes.

O padeiro Nelson Dalpiaz, 78 anos, também contribuiu para que o pão e outras receitas ficassem na memória dos curitibanos. Dalpiaz trabalhou por 54 anos na Padaria América. “Foi meu único emprego em Curitiba”, enfatiza o catarinense da cidade de Indaial, que entrou com 22 anos, aposentou-se e ainda trabalhou até dois anos atrás, quando resolveu encerrar as atividades. “Quando entrei, o Eduardo e a Andréa não eram nem nascidos”, relata o padeiro, que conviveu com três gerações da família.

Modernização

A loja principal, na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, está no mesmo endereço desde 1928. Passou por reformas, recebeu investimentos em equipamentos e adequações no espaço para receber melhor o público.

Além da unidade tradicional no São Francisco, hoje existem mais outras duas lojas da Padaria América, uma no Bacacheri e outra na Água Verde, que não é administrada pela família Engelhardt, mas que oferece os mesmos produtos originais.

Público exigente

Na loja do Centro, desde agosto de 2018 é possível degustar os produtos no próprio estabelecimento, em uma cafeteria anexa à loja. O novo serviço, com mesas internas e ao ar livre, aproveitou o espaço de um antigo salão da padaria e agora serve para ponto de encontro dos clientes.

Além dos diversos tipos de cafés oferecidos no espaço, entre os atrativos estão os bolos, que são vendidos em fatias. “O público de Curitiba mudou muito. As pessoas perderam o hábito de comer em casa e ocorreu uma grande migração de pessoas de outras localidades. Com isso, o conceito de padaria também mudou”, explica Eduardo, que é responsável por gerenciar a produção das lojas, enquanto Andréa cuida da parte administrativo-financeira.

Foto: Divulgação/ Padaria América

Eduardo conta que para se manter no mercado, a Padaria América precisou acompanhar a demanda da clientela. “A tradição permanece, mas ela tem que estar presente nas receitas, nos produtos”, destaca.

Para quem cresceu brincando entre sacos de farinha e testando as receitas da família, dar continuidade aos negócios não foi um projeto, mas aconteceu naturalmente. Eduardo começou a trabalhar no local aos 17 anos para dar suporte ao avô, o “Seu Bruda”.

Andréa assumiu a administração da empresa ainda na faculdade, assim que sua avó Lídia faleceu.

“Toda sucessão tem pontos positivos e negativos. Quem fica na empresa herda o trabalho. Se não trabalhar, aquilo tudo se perde e, às vezes, perde-se até o patrimônio”, analisa.

 

 

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