O grande segredo de Lost é o cão

• 0

De um latido virá a revelação

Amigos leitores, eu sou daqueles que acompanham Lost só para comprovar a teoria de que os produtores nunca tiveram preocupação alguma em mostrar coerência na trama. Afirmo que TODOS os segredos e enigmas colocados desde o começo serviram apenas para criar uma falsa expectativa de um enredo genial. Lá pelo final da segunda temporada cheguei a ter uma discussão com o colega João Paulo Pimentel, editor de economia da Gazeta do Povo. Na época, ele acreditava que tudo teria um sentido e seria explicado. João, pelo que vi no penúltimo episódio, você foi enganado.

Resta apenas um episódio e uma centena de perguntas no ar. Perguntas que não serão respondidas por falta de tempo e talento. A única genialidade da série foi de propaganda. O sucesso é incontestável, mas pouco enigmático.

De qualquer forma, este blogueiro já perdeu as esperanças em descobrir o significado dos números, a escotilha, desaparecimento do Walt, porque as grávidas morrem, estátua de três dedos, quem é o balonista, como o Desmond conseguia prever o futuro ou coisas menos importantes. Como os produtores falaram em recente entrevista, o público não quer saber nada disso. O importante, segundo eles, é mostrar se Kate vai ficar com Jack ou Sawyer. Dá para acreditar?

Só tem uma pergunta que gostaria que fosse respondida de forma satisfatória. E aposto que será respondida e acabará se revelando o grande segredo de Lost: que fim levou Vicent, aquele simpático cão labrador.

Apesar de não ter nenhuma linha de diálogo, Vicent foi peça fundamental no começo da série. Os grandes eventos, como aparecimento de ursos polares e pessoas mortas, só ocorriam após a participação do cão protagonista. Todos devem se lembrar que Shannon morre procurando o animal. Assim como ele é a primeira coisa que Jack vê após acidente do avião da Oceanic. Ou seja, um grande personagem de pelos alaranjados. O melhor da série, com certeza.

Por algum motivo, o cão desapareceu. Não morreu, não saiu da ilha nem virou fumaça (muito menos preta). Se não estiver enganado, Vicent viajou no tempo e virou mascote da Dharma. Depois simplesmente desapareceu sem deixar vestígios. Quatro temporadas depois e nenhuma notícia dele, parece-me óbvio que os produtores prepararam um grande final canino.

Meu palpite com informações quentíssimas do último episódio. Se não viu, não leia. Ou leia, pois não vai fazer muita diferença mesmo. Até aqui sabemos que ninguém sabe porcaria nenhuma do que acontece na ilha. Ben acreditava que Richard tinha muitas respostas sobre Jacob. Já Richard nunca soube de nada e apenas confiava em Jacob. Agora ficamos sabendo que Jacob também não sabe de nada, pois sua mãe adotiva não se preocupou em contar nada. A mãe está morta. Jacob está morto. Richard desapareceu (talvez por vergonha). Ben se mostrou o maior loser da série. E Vicent é a resposta. Rufem os tambores: Vicent é o escolhido.

Na última cena, que será levada ao ar nos próximos dias, todos os desaparecidos se encontrarão no pé da estátua. Até Rodrigo Santoro reaparece depois de ser curado do veneno das aranhas. Jacob, sentado no terceiro dedo do monumento, chamará a palavra para revelar que a única coisa que realmente sabe é que tudo é culpa de uma fonte escondida no meio da ilha. Mais que isto só o verdadeiro candidato poderia revelar. Jack tira as pedras do bolso e ameaça chamar para si a responsabilidade quando, num corte rápido, Vicent desponta em uma das narinas da estátua e dá um latido revelador. Todos choram após entender a mensagem cifrada. Walt ouve o chamado e retorna à ilha em forma gigantesca (lembrem-se que ele cresce um metro por mês). Eles entram na estátua, que na verdade é uma máquina do tempo, e desaparecem. Depois de um clarão, os personagens retomam suas vidas paralelas como se nunca tivessem pisado na ilha. Sobem os créditos.

Meu final com certeza não é o melhor. Mas, acreditem, será muito mais coerente que o real.

– Acompanhe revelações bombásticas pelo Twitter