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Dia desses voltando de uma viagem tive minha bagagem extraviada pela companhia aérea que atendia o trecho. A situação não era exclusivamente minha. Outras tantas pessoas passavam pela mesma situação no mesmo voo.

Fiquei observando como elas reagiam a notícia do não recebimento de sua bagagem e como as atendentes lidavam com a situação. Em determinado momento, a representante da companhia disse para um dos clientes: “Senhor, eu só estou coletando as informações para a companhia aérea, sou uma profissional terceirizada”.

Opa, pensei: o que ela quis dizer com “sou uma profissional terceirizada”? Estava tirando o corpo fora? Não tinha informações suficientes para dar aos clientes? Ou não estava bem treinada para a função?

Não saberia dizer qual era a pergunta mais adequada, o que sei é que aqueles clientes e até eu mesmo entendemos que aquela profissional estava representando a marca daquela empresa naquele momento, independentemente da forma de sua contratação.

O engajamento de pessoas que prestam serviços para empresas, seja por uma parceira, ou mesmo por trabalhos intermitentes (aqueles que são esporádicos), é de extrema importância. Corporações, por meio de suas áreas de recursos humanos, devem dar atenção igual a qualquer outro colaborador da equipe. Uma falha como essa citada pode gerar uma experiência negativa do cliente para com a companhia.

E no Brasil temos um agravante. O trabalho terceirizado ainda pode ser considerado algo novo no mercado. Contudo as atividades intermitentes estão saindo do forno e devem ganhar muito espaço no mercado nos próximos anos e vão gerar ainda muitas dúvidas. Diferente de países europeus ou mesmo norte-americanos, onde essas atividades são maduras e as pessoas a fazem por opção, aqui no Brasil passaremos por uma fase na qual os profissionais executarão essas atividades encarando-as como falta de alternativa.

Isso acontece porque a nossa cultura profissional ainda não está madura para esse momento, e além disso, temos uma vasta gama de pessoas subempregadas. Logo, a atenção a estes profissionais devem ser ainda maior no momento de contratar e treinar. Lembre-se que essa pessoa vai ‘representar’ não somente a sua empresa, mas muitas outras, pois esse é o grande ganho de ser intermitente ou terceirizado, poder atender a mais de uma companhia.

Logo, se desejarmos ter pessoas engajadas e orgulhosas com as marcas que representam, precisamos investir em boas seleções, em bons treinamentos, em uma política de acompanhamento e mais reconhecimento por trabalhos bem desempenhados. Algum segredo? Nenhum, basta as empresas não separar as pessoas e tratar todos como componentes importantes para o êxito da companhia.

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