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As mulheres estão desempenhando cada vez mais cargos de chefia e tradicionalmente masculinos / Foto: Shutterstock
As mulheres estão desempenhando cada vez mais cargos de chefia e tradicionalmente masculinos / Foto: Shutterstock| Foto:

O mundo corporativo muda com o tempo, e uma das marcas mais significativas disso é o aumento da participação feminina no mercado. A sociedade patriarcal, juntamente com o estereótipo de família predominante até meados dos anos 50, com mãe dona de casa e pai provedor, contribuiu para a ausência da mulher no mercado de trabalho formal por décadas. A inserção do sexo feminino nas indústrias e empresas foi gradativa, e ocorreu principalmente pela condição econômica desfavorável do pós-guerra em todo o mundo.

Mulheres ocupam maior quantidade de cargo masculinos, têm maior escolaridade.

As mulheres estão desempenhando cada vez mais cargos de chefia e tradicionalmente masculinos / Foto: Shutterstock

O tempo passou, e hoje em dia elas não somente estão presentes no mercado de trabalho, como ocupam cargos tradicionalmente masculinos. Ainda há muito preconceito, mas as mulheres estão conseguindo se inserir e se destacar em áreas antes pouco povoadas pelo sexo feminino.

Em quais áreas as mulheres estão aumentando sua participação?

Analisando as diversas áreas de predominância masculina nas quais a mulheres estão se inserindo, a engenharia, a informática e a construção civil se destacam. Além disso, cargos de gerência e diretoria têm apresentado maior porcentagem de colaboradoras, ou seja, o número de executivas de alto padrão também tem aumentado. Nas engenharias, as mulheres têm procurado, principalmente, engenharia de petróleo e civil. Já, quanto à área tecnológica, elas têm aumentado sua participação em áreas como análise de sistemas e ciência da computação.

Por que algumas empresas têm preferido profissionais do sexo feminino?

O contexto atual do mercado exige dos profissionais algumas características que são mais corriqueiras entre as mulheres. Sensibilidade, percepção, afetividade, bom relacionamento interpessoal e versatilidade são características encontradas com facilidade em profissionais do sexo feminino, e as organizações já se atentaram para isso.

Além disso, é preciso destacar que as mulheres possuem nível de escolaridade superior ao dos homens, e, de acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, as mulheres ocupam também a maioria das vagas das universidades, sendo responsáveis por 55,1% do corpo de alunos de todo o país, e por 58,8% dos universitários que concluem os cursos. E falando em pós-graduação, elas representam ainda 53,5% dos mestres do país. Ou seja, a qualificação profissional das mulheres também chama a atenção dos recrutadores.

Preconceito e resistência

Algumas empresas ainda hesitam em contratar profissionais mulheres para cargos elevados ou de tradição masculina. Muito disso ainda é oriundo do machismo dos séculos passados e da influência das religiões. Apesar de liderar em nível educacional, as mulheres ainda recebem salários cerca de 30% menores que os homens de mesma escolaridade e que ocupam os mesmos cargos. Algumas empresas evitam contratar profissionais mulheres por receio de que os filhos e a família atrapalhem o desempenho profissional delas.

Por que elas estão optando por profissões antes desempenhadas por homens?

O último Censo apontou que 38,7% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres. Elas estudam mais, trabalham em casa e fora, são financeiramente responsáveis por suas famílias e, mesmo assim, ganham menos. A migração para áreas tradicionalmente masculinas se dá, entre outros motivos, por conta da grande oferta de empregos e dos avanços salariais. Nas áreas tecnológicas e nas engenharias o plano de carreira costuma ser bastante atrativo, além de estas serem áreas que se encontram em expansão e oferecem maiores oportunidades e, consequentemente, pagam mais.

Há de se convir que ainda falta muito para termos um mercado de trabalho equilibrado no que se refere a gênero. As mulheres estão se qualificando e buscando a inserção em áreas antes não ocupadas por elas, e, aos poucos, as organizações estão se atentando para a qualidade do serviço feminino. Mas, o mais importante é levar em consideração a competência do profissional, independente do sexo. A desconstrução desse tipo de preconceito só vai acontecer com o esforço das organizações em contratar com base apenas na qualificação. As mulheres galgaram seus espaços com muito esforço e sob muitas dificuldades, e merecem o reconhecimento profissional (e financeiro) de seu empenho.

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