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O mundo do século XXI está mais compacto sem dúvidas. As conexões existentes entre as pessoas são cada vez mais fortes e nas relações de trabalho e empresa não são diferentes. Neste meio todo se fortalece também o Trabalho a Distância, que prefiro chamar aqui de TAD, um conceito mais amplo, porque você pode executá-lo de onde estiver. Mas para quem preferir, Home office.

Na verdade, isso não é nenhuma novidade na evolução das atividades do mercado de trabalho. Se nos ampararmos na história, vamos encontrar na Idade Média, por exemplo, inúmeros profissionais que já faziam essas atividades de suas casas, como sapateiros que atendiam seus clientes em suas moradias.  Porém nos dias de hoje o TAD ganha contornos diferentes e mais abrangentes. Trabalhar em casa já virou uma possibilidade mais real para muitas outras profissões devido ao advento da tecnologia que permite estar em qualquer lugar a qualquer hora por meio de dispositivos eletrônicos e altamente conectados.

Outro incentivo vem da própria sociedade que está mudando seus valores, e a qualidade de vida como um todo é uma busca mais constante. Ou seja, estar próximo da família, não desperdiçar tempo no trânsito, poder praticar exercícios físicos, poder degustar uma refeição mais saudável, tudo isso pesa e claro tem um preço.  O profissional que trabalha em casa pode ter tudo isso em mãos, mas também terá que repensar a forma de encarar o trabalho. Sua produtividade precisa ser ainda mais visível e a empresa precisa sentir o resultado palpável. Embora o horário não seja item a ser levado em consideração, a rotina, mesmo estando em casa precisa existir. Se isso não ocorrer, atividades não serão realizadas. Além disso é preciso bastante motivação e foco naquilo que se quer para si e para a realização profissional e pessoal.

Do lado das empresas acontece o mesmo. Estima-se que nos dias de hoje, 31% das empresas que atuam em território brasileiro já tenham algum programa ou iniciativas voltadas para liberação de TAD. Assim como para os colaboradores, elas também estão em processo de aprendizado. Incentivar atividades a distância requer abertura e reposicionamento de conceitos. Mesmo a pessoa não estando ali, fisicamente, ela tem os direitos de qualquer empregado. Os modelos não são únicos e por isso há que se escolher o que mais se adequa e lapidá-lo. Lidar com situações que aconteciam no dia a dia corporativo, mas que ficam distantes aos olhos da companhia também é um desafio. Por exemplo: se o cidadão está em casa e acontece um episódio que interfere em sua saúde, isso pode ser considerado acidente de trabalho?

Por isso muitas empresas têm feito regras claras para quem atende a distância, amparadas juridicamente. Para este caso em específico, algumas já têm formatado cartilhas de como o colaborador deve evitar acidentes ou o que deve ser feito durante suas atividades para que sua saúde não seja comprometida, ou seja, quem está em casa precisa saber que é uma opção e que a responsabilidade pode ser sua.

O Trabalho a Distância é bom? Sem dúvidas. Mas ele tem um teto e nem todas as atividades são passíveis de serem executadas de casa. Por isso, antes do profissional aceitar definitivamente um cargo como esse, minha sugestão é que se faça uma experiência de 60 a 120 dias para ver se há adaptação, compactuando claramente isso com a empresa.  Já para as empresas sempre oriento que pensem também na questão da importância da interação entre as pessoas. A comunicação olho no olho, humana, na sinergia entre equipes, das ideias compartilhadas, do abraço de uma conquista ou de uma saudação de aniversário. Isso tudo também molda os melhores profissionais. O fato é que o prato está a mesa, mas o toque na receita à moda da casa, cada um terá que colocar.

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