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Alice Waters e muitas peripécias
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Estive ausente por uns dias. Fui atrás de experiências e novidades. Costumo trabalhar nas férias e gasto o que ganho com comida, loucamente. Alguns lugares e sabores não consigo esquecer, parecem impregnados em mim. Imagens também. Inhotim, no Brasil, entre eles. Vivo um sonho por dias e dias, costumo escapar da realidade assim. Um dos sabores marcantes vem da comida da norte-americana Alice Waters. Ela prega e faz uma cozinha boa de verdade com base na simplicidade, tão importante ultimamente, apesar de muita gente não perceber esse caminho. Seu pequeno Chez Panisse, em Berkeley, na Califórnia, é daqueles lugares que precisamos ir uma vez na vida, eu gostaria de ir sempre. O endereço vai para a coluna “Sabores do Mundo”, na Gazeta, é claro. Alice é formada em Estudos Culturais Franceses, e também morou na França antes de abrir o seu restaurante e é considerada a “mãe” do movimento Slow Food. À frente de várias iniciativas sobre a conscientização alimentar, sua comida só poderia ser muito saborosa. Por isso, brindo os leitores do blog com uma receita do livro “A Arte da Comida Simples”. Como pode uma reles couve-flor ficar tão saborosa? Primeiro, deve ser orgânica, depois basta acrescentar especiarias e algumas ervas frescas. Corra preparar e comprar o livro, o meu veio com autógrafo. Basta ser de alguém que admiro que fico nas nuvens. É a receita de semana, tentando colocar em dia minha vida. As peripécias do título ficam para outra hora. Quero apenas aproveitar o post para comentar que nesta semana participei da I Conferência da Cultura Alimentar de Curitiba, iniciativa que merece muitos aplausos. Vamos trazer mais sabor aos nossos pratos. Saiba mais aqui e no facebook no convivium Coré Etuba do Slow Food local.

 

Couve-flor fatiada ao forno

Apare e lave a couve-flor e corte-a inteira em fatias de cerca de 1/2 cm de espessura. Disponha as fatias em uma camada só dentro de um refratário, pincele com azeite e tempere com sal e pimenta-do-reino moída na hora. Asse a 200 .C até ficarem macias e douradas, por cerca de 20 minutos. Polvilhe as fatias com ervas frescas picadas ou especiarias inteira moídas, para variar. Usei as ervas e especiarias.

Conferência

Talvez as peripécias estejam aqui também. Explico. “Tradição e Tendência: Múltiplas Identidades à Mesa do Curitibano” foi o tema do evento, promovido pelo Conselho da Cultura Alimentar de Curitiba, junto com o Convívio do Slow Food Coré Etuba, que teve quatro mesas redondas. Lai Pereira, coordenadora do Conselho de Cultura Alimentar, foi a responsável pela organização da conferência. Merece parabéns.

Hortas urbanas e sementes crioulas foram alguns temas abordados. Quando escutei o produtor da Rede Ecovida José Antônio Marfil (ele falou sobre Terra: produção, demandas e distribuição) eu me dei conta de como tudo isso – alimento com sabor, orgânicos, respeito aos animais etc. – faz parte da minha vida e meu interesse pelo tema é anterior ao início do blog há quase nove anos. Na minha casa, que era perto do teatro Paiol, quase no centro da cidade, tinha de tudo, coelho e galinha, dos bichos que eu me lembro, árvores frutíferas e horta. Massa fresca caseira e caldos também. Ali, comida boa estava em primeiro lugar. Infelizmente, minha mãe, exímia cozinheira, faleceu cedo e nós mudamos para um apartamento. Cheguei a ser vegetariana e andava de bicicleta, não poderia mesmo ficar longe dessa panela. Na conferência falei sobre o projeto Gastronomia Paraná em uma das mesas redondas, com o tema “Organizações: como a sociedade se organiza”, e lembrei de toda essa história. No mesmo dia aconteceu a plenária para votação das emendas da minuta do Sistema Municipal de Cultura e eleição dos delegados. Também sou delegada agora, culpa da Lai e do meu professor de história, que eu reencontrei. Não tem volta. O post ficou enorme, muito além de uma receita, então termino dizendo que o Estado precisa se organizar e que cultura alimentar é um termo mais abrangente e portanto mais apropriado para tratar das questões relativas ao assunto e traçar diretrizes gerais da cultura alimentar para os próximos 10 anos.

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