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Tragédia

Sobe número de mortos por conta das cheias históricas no Rio Grande do Sul

Dados da Defesa Civil do RS mostram que 3 a cada 4 cidades gaúchas foram atingidas pelas enchentes. (Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini)

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Chegou a 85 o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul. O número foi divulgado pela Defesa Civil do estado no início da noite desta segunda-feira (6), 10 dias após o início dos temporais. Outras quatro mortes seguem sob investigação e 134 pessoas estão desaparecidas.

Na última atualização do dia, a Defesa Civil gaúcha computou mais 40 cidades atingidas pelas cheias no estado. A lista agora chega a 385 municípios, o que representa 3 a cada 4 cidades do Rio Grande do Sul. Ao todo, cerca de 1,2 milhões de pessoas foram afetadas pela enchente histórica: mais de 47,6 mil estão em abrigos enquanto 153,8 mil pessoas estão desalojadas.

Governador definiu novas prioridades no atendimento às vítimas

Mais cedo, o governador Eduardo Leite (PSDB) se reuniu com uma equipe de secretários para que fossem definidas as novas estratégias de prioridade no atendimento às vítimas das cheias no estado. Durante a reunião, o governador destacou a importância de garantir a estrutura necessária ao acolhimento das vítimas nos abrigos, bem como a logística para o encaminhamento das doações.

“Os resgates agora são mais pontuais. Nas regiões que foram atingidas primeiro – Centro, Vales, Norte e Serra –, a água já baixou, mas ainda há resgates eventuais e busca por pessoas que ficaram isoladas em razão de deslizamentos nas áreas montanhosas. Além disso, há a questão dos alagamentos nos municípios da Região Metropolitana”, explicou Leite.

Estado enfrenta desafios de logística de transportes

Outra questão prioritária para o governo, neste momento, diz respeito ao fornecimento de oxigênio para os hospitais. O serviço é um dos muitos dentro da logística de transportes severamente afetados pelas enchentes, com prejuízos a diversos setores econômicos. São diversos pontos de interdição em rodovias, suspensão parcial das atividades em ferrovias, além do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre.

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Também foram discutidas questões como a retomada do abastecimento de água, o auxílio do Estado aos municípios, a reconstrução de pontes, estradas e rodovias, os impactos na indústria e nos setores econômicos, a paralisação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, a intensificação de patrulhas nas regiões afetadas para garantir a segurança da população e o retorno das aulas.

De acordo com a Defesa Civil, não há previsão de volta às aulas nas regionais de Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul e Canoas. Já nas regionais de Uruguaiana, Osório, Erechim, Rio Grande, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja e Ijuí a expectativa é de retorno às atividades normais nas escolas.

Governo federal anuncia liberação de verbas e medidas para melhorar sistemas de alerta

Para ajudar no atendimento às vítimas da tragédia, o governo federal liberou R$ 614 milhões em emendas individuais e de bancada destinadas para o setor da Saúde do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, em uma entrevista coletiva.

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Outra medida planejada pelo governo federal em resposta ao desastre é a criação de um novo sistema de alerta para desastres naturais mais “intrusivo” em celulares. O programa deve se chamar “cellbroadcast” e servirá para emitir alertas de desastres naturais, por meio de uma notificação com alerta sonoro em destaque na tela do celular. O novo sistema também deve sobrepor mensagens de outros aplicativos, diferente de como é feito atualmente.

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Unidades prisionais são alagadas e detentos precisam ser transferidos

Os efeitos dos temporais chegaram ao sistema prisional gaúcho. A Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo do Rio Grande do Sul (SSPS) precisou transferir mais de mil detentos entre duas unidades prisionais do complexo de Charqueadas, distante cerca de 100 km da capital Porto Alegre. A transferência foi necessária por conta do aumento do nível do Rio Jacuí, que banha a cidade e alagou três das oito unidades do complexo.

Outra unidade atingida pelos alagamentos foi o Instituto Penal de Charqueadas, unidade que abriga presos do regime semiaberto. Para estes detentos foi concedida pela Justiça gaúcha a possibilidade de conversão temporária do regime para prisão domiciliar com monitoramento eletrônico. O prazo para retorno à unidade é de 20 dias, e quem não comparecer na data prevista será considerado foragido do sistema prisional.

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Cheias afetam trabalho da Justiça no Rio Grande do Sul

Os prazos processuais nas varas do Trabalho do Rio Grande do Sul e do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) foram suspensas até o próximo dia 10. O TRF4 afirmou que em razão do contínuo avanço das águas, foi necessário realizar o fechamento dos prédios, bem como o desligamento da rede elétrica que alimenta o datacenter do tribunal, para preservar a integridade dos equipamentos.

“Essa medida acarretou inicialmente a interrupção dos sistemas e-proc do TRF4 e da JFRS, estendendo-se a medida aos sistemas na SJPR e na SJSC. Pela mesma razão, o portal da Justiça Federal da 4ª Região se encontra fora do ar”, diz um comunicado emitido pelo órgão.

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Previsão é de mais chuvas nos próximos dias

Mas antes mesmo de se recompor e salvar quem está ilhado pelo estado com mais de 200 barreiras, o Rio Grande do Sul terá de enfrentar novos volumes consideráveis de chuvas, que podem voltar a castigar o estado com condições climáticas que se estendem até quarta-feira (8). Os novos alertas vermelhos para tempestades foram emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e outro pelo Instituto ClimaTempo para diferentes regiões do Rio Grande do Sul.

A precipitação acumulada prevista para as próximas horas pode ultrapassar os 100 milímetros, acompanhada por granizo e rajadas de vento de até 100 km/hora. Entre as cidades em condições de perigo máximo estão: Arroio Grande; Chuí; Herval; Jaguarão; Pedras Altas; Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.

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