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A publicitária brasileira Juliana Marins, que caiu enquanto fazia uma trilha pelo Monte Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta nesta terça (24) após quatro dias do acidente.
A informação foi passada pela família da jovem de 26 anos que fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro. As equipes de buscas indonésias tentavam chegar ao ponto onde ela caiu desde segunda (23), com sucessivos adiamentos por causa das condições climáticas adversas, como fortes nevoeiros e ventos.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, disse a publicação feita pela família nas redes sociais.
Juliana Marins caiu de uma altura de aproximadamente 500 metros durante uma trilha na última sexta (20), e chegou a permanecer por lá imóvel, sem água, comida e agasalho em uma área íngreme de difícil acesso, segundo foi registrado por imagens de drone.
Minutos depois da mensagem da família de Juliana, o governo brasileiro expressou "profundo pesar" e condolências aos familiares e amigos da jovem, e que estava com uma equipe diplomática mobilizada no país para acompanhar as buscas.
"O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins. [...] Ao final de quatro dias de trabalho, dificultado pelas condições meteorológicas, de solo e de visibilidade adversas na região, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia encontraram o corpo da turista brasileira. [...] O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente", afirmou o Itamaraty em nota (veja na íntegra).
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Segundo a administração do parque, durante o primeiro dia de buscas, as equipes conseguiram descer cerca de 250 metros, mas uma forte neblina impediu o avanço. Em determinado momento, os socorristas chegaram a 350 metros de distância, mas precisaram interromper os trabalhos devido à falta total de visibilidade.
O governo indonésio mobilizou escaladores profissionais e montanhistas experientes, mas com um lento progresso. O resgate aéreo de Juliana também foi testado pelas autoridades indonésias, mas esbarrou nas condições climáticas da região.
O governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que acompanha de perto a situação e que “autoridades locais no mais alto nível foram mobilizadas para enviar equipes de resgate”. Funcionários da embaixada brasileira estão no local auxiliando nas negociações e monitoramento das operações.
“Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão onde ocorreu a queda, em região remota, a cerca de quatro horas de distância do centro urbano mais próximo. O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia, e tem recebido das autoridades locais os relatos sobre o andamento dos trabalhos”, disse o Itamaraty em nota.
O drama da brasileira ganhou repercussão internacional quando um grupo de turistas espanhóis encontrou Juliana cerca de três horas após o acidente. Eles a localizaram a aproximadamente 300 metros abaixo da trilha e imediatamente iniciaram uma busca pelos familiares nas redes sociais.
A trilha do parque do Monte Rinjani é considerada uma das mais difíceis da Indonésia. A montanha do vulcão tem mais de 3,7 mil metros de altitude e o percurso leva até quatro dias por terrenos escorregadios e clima extremo. Apesar disso, a atração é aberta ao público e muito procurada por escaladores.
O acidente sofrido por Juliana não é o primeiro de grave proporção, que já teve um registro fatal de um turista malaio no mês passado durante a escalada. Em 2022, outro escalador português também morreu ao cair no cume da montanha.








