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Prospecção econômica

Carnaval de BH espera 6 milhões de pessoas e quer competir na atração de foliões com RJ

Bloco de carnaval na região central de Belo Horizonte.
Bloco de carnaval na região central de Belo Horizonte. Em 2024, mais de 5 milhões de foliões passaram pela capital. (Foto: Dirceu Aurélio/Governo de MG)

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Com expectativa de atrair 6 milhões de foliões, entre turistas e moradores, o carnaval de Belo Horizonte se consolida como um dos principais eventos do calendário cultural e econômico do estado mineiro. E os números têm crescido por lá: entre 2013 e 2024, o número de foliões saltou de 500 mil para mais de 5,5 milhões na cidade. A previsão para este ano é que o evento gere aproximadamente R$ 1 bilhão para a economia da capital.

Em 2024, a capital mineira se consolidou como uma referência em carnaval de rua, com mais blocos que o Rio de Janeiro: 536 em Belo Horizonte, contra 456 da capital fluminense. Para 2025, prefeitura e governo estadual assinaram um protocolo de intenções para a infraestrutura e a segurança da festa. O acordo prevê investimentos que ampliaram a logística do evento, além de prometer reforço na segurança e melhoria na mobilidade urbana.

A programação na cidade começou em 15 de fevereiro, com diversos blocos durante os finais de semana. São 568 blocos registrados e 624 desfiles previstos por toda Belo Horizonte até a Quarta-feira de Cinzas, representando um aumento de 7% em relação a 2024, com 176 novos blocos participando da festa.

Em meio à grande expectativa para a economia, a prefeitura anunciou um aporte de R$ 1,5 milhão como investimento adicional destinado aos blocos de rua, blocos caricatos e escolas de samba que foram selecionados por um edital de apoio para receber recursos. O objetivo é que blocos e escolas melhores suas estruturas para participar dos desfiles.

Os 101 blocos de rua contemplados tiveram um acréscimo de 70% em relação ao valor original de R$ 1,762 milhão. Os blocos caricatos receberam um incremento de 40% sobre o subsídio inicialmente planejado de R$ 561,32 mil. E para as escolas de samba, o valor total da premiação terá um aumento de 15% sobre o valor anterior de R$ 270.610.

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Rede hoteleira, ambulantes, bares e restaurantes projetam faturamento com o carnaval de BH

Além da rede hoteleira, outros setores da economia são impactados pelo carnaval de BH. De acordo com a prefeitura, a festa deve gerar cerca de 25 mil empregos temporários, beneficiando profissionais da segurança, limpeza, transporte e comércio ambulante.

Bárbara Botega, secretária-adjunta de Comunicação do governo de Minas, aponta que esse é um momento relevante para atrair turistas não apenas para a capital, mas para outros pontos do estado. “Enquanto governo, a gente entende a importância de incentivar e atrair turistas para esse evento, porque essa época atrai turistas de uma maneira diversificada, movimentando a economia de uma maneira muito interessante e absolutamente democrática”.

Em janeiro, a Belotur - órgão da administração municipal voltado ao turismo - realizou uma pesquisa com 2.672 ambulantes que pretendem trabalhar no carnaval. A maioria dos cadastrados tem entre 30 e 39 anos (30,4%); e de 20 a 29 anos (22,3%). Já os trabalhadores entre 40 e 49 anos representam 25,8%, enquanto 20,1% possuem mais de 50 anos. Apenas 1,4% têm menos de 20 anos e 60% deles trabalharão no carnaval pela primeira vez.

Entre os entrevistados, apenas 17,2% são desempregados, enquanto 36,8% trabalham por conta própria e 26,6% possuem emprego formal. O levantamento também revelou dados financeiros significativos. O investimento médio dos ambulantes para atuar no carnaval de Belo Horizonte é de R$ 2.632,30, com uma expectativa de faturamento médio de R$ 7.002,32

Os bares e restaurantes também se preparam para um crescimento no faturamento. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), 67% das empresas do setor projetam um aumento no faturamento durante o carnaval de 2025 em BH, em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre elas, 58% estimam um crescimento de até 20%, enquanto 9% apostam em resultados ainda mais expressivos.

Outro levantamento, realizado pela Fecomércio-MG em parceria com a Belotur, apontou que quase metade (41%) dos foliões devem gastar entre R$ 400 e R$ 1 mil durante a festa, entre alimentação, bebidas e fantasias. As bebidas mais consumidas elencadas são água (85%), cerveja (49,8%) e destilados (36,7%), com a maioria dos foliões comprando de ambulantes (63%) ou em supermercados (50,4%). Na alimentação, bares, lanchonetes e food trucks são as opções preferenciais.

Bloco de rua no carnaval de BHBloco de rua desfila na semana de pré-carnaval. Mais de 500 blocos desfilam na cidade entre 15 de fevereiro e a Quarta-feira de Cinzas. (Foto: Pablo Bernardo/Divulgação Belotur)

Uma portaria da prefeitura autorizando o comércio a vender bebidas, adereços de carnaval e a disponibilizar banheiros para os foliões também alegrou os varejistas como uma possibilidade de renda extra em BH. No sábado e no domingo de carnaval, as lojas que quiserem aproveitar a proximidade com rotas de passagem de blocos podem funcionar como uma espécie de ponto de apoio, especialmente com relação à oferta de banheiros.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Marcelo Souza e Silva, disse que essa possibilidade significa mais dinheiro no caixa das lojas e, com isso, mais condições para honrarem com seus compromissos financeiros.

“Temos mais de 60 setores produtivos que são impactados quando a gente pensa em turismo como um todo, seja para a festa ou para a questão da tranquilidade”, pontua a secretária-adjunta do governo mineiro, lembrando que, para além da expressiva movimentação na capital e em cidades históricas, Minas também tem espaço para carnavais menos tumultuados.

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Turismo em alta lota hotéis de BH para o carnaval

Os dados mais impressionantes para a cidade estão mesmo no setor hoteleiro. Semanas antes do início oficial do carnaval, BH já registrava ocupação próxima da lotação máxima. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais, os estabelecimentos da capital estão com reservas acima de 95%, devendo chegar à ocupação total na região centro-sul da capital, onde se concentra a maior parte dos blocos e eventos.

Botega aponta o trabalho de divulgação para mostrar as possibilidades que o estado oferece durante o feriado, feito no último ano, está sendo colhido agora. “A gente nunca chegou a 90% de taxa de ocupação hoteleira em Belo Horizonte. E, neste ano, a gente já superou essa marca. Vai chegar em 100% na região centro-sul. E os números no preparo para vir para Belo Horizonte foram muito significativos, sobretudo na região do Lago de Furnas, nas cidades históricas e barrocas”, explica a secretária.

Uma novidade na programação de Belo Horizonte vem da parceria que estado e município fizeram, atendendo à demanda dos foliões que buscavam programações noturnas na cidade, já que a maioria dos blocos desfilam durante o dia. É a chamada Via das Artes, uma programação simultânea em três das principais avenidas da capital (Brasil, Amazonas e Andradas), com palcos a céu aberto e programação cultural que envolve música, dança, artes visuais e poesia, a partir das 18h. A programação do carnaval em BH está disponível no site.

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