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A Latam anunciou nesta segunda-feira (22) um acordo com a Embraer para a compra de 24 aviões do modelo E195-E2 e mais 50 opções da mesma aeronave. Os primeiros exemplares deverão ser entregues no segundo semestre de 2026, inicialmente para a operação brasileira da companhia aérea — o grupo Latam também opera nos mercados domésticos na Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru.
O negócio, avaliado em cerca de US$ 2,1 bilhões, era esperado pelo mercado desde o ano passado, especialmente pela dificuldade da Airbus em entregar aviões no curto prazo e pela baixa disponibilidade de aeronaves para alugar. Além disso, o modelo da Embraer vai permitir que a Latam opere em destinos em que hoje não é possível com aviões maiores ou que não haja demanda suficiente para eles.
A companhia aérea não informou qual será a configuração interna do E195-E2, que varia entre 132 e 146 assentos. A Azul, única operadora do modelo no Brasil, configurou suas aeronaves com capacidade para 136 passageiros. O menor avião da Latam é o Airbus A319, que transporta 144 passageiros — essas aeronaves são as mais antigas da frota, com idade média de 15 anos.
No comunicado oficial da compra, a companhia confirmou que o acordo com a Embraer dará à Latam a possibilidade de “atender novos destinos e ampliar as opções de viagem” para os clientes. Isso significa uma aposta na aviação regional, hoje dominada no país pela Azul, que opera aeronaves da Embraer e os turboélices ATR 72.
“A decisão do grupo Latam é baseada na excelente eficiência do Embraer E195-E2 e sua versatilidade, que nos permitirão seguir em nossa trajetória de crescimento com rentabilidade, ampliando essa conectividade por meio da abertura de novos destinos, oferecendo ainda mais opções aos nossos passageiros, aproximando comunidades e impulsionando também o desenvolvimento econômico e social”, afirmou o diretor-executivo do grupo Latam, Roberto Alvo.
Onde a Latam pretende usar os Embraer E195-E2
A Latam não adiantou quais rotas deverão ser operadas pelas aeronaves da Embraer assim que passarem a integrar a frota da companhia. A declaração do diretor-executivo do grupo, porém, antecipou que a estratégia é voar com esses aviões em aeroportos que ainda não são atendidos pela empresa.
Isso significa avançar para rotas que são dominadas pela Azul, notadamente em aeroportos das regiões Centro-Oeste e Norte. A Azul opera em 42 destinos com aeronaves da Embraer, sendo que em nove a Latam não chega:
- Altamira (PA)
- Corumbá (MS)
- Parauapebas (PA)
- Ponta Porã (MS)
- Rondonópolis (MT)
- Sorriso (MT)
- Tabatinga (AM)
- Tefé (AM)
- Vilhena (RO)
A aviação regional já estava no radar da Latam, mas de forma indireta. Em 2014, a empresa fechou um acordo de codeshare com a VoePass, em uma parceria que se intensificou em 2023 com a venda de passagens da empresa regional diretamente pela Latam. Dessa forma, conseguiu aumentar o número de destinos oferecidos, mesmo que operados com aeronaves de outra companhia.
O acidente com o ATR 72-500 da VoePass em agosto de 2024, que vitimou 62 pessoas, desidratou a parceria. Em fevereiro deste ano, a Latam informou que o acordo de codeshare se encerraria em agosto, mas o fim da parceria acabou selado em março, quando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu suspender as operações da VoePass devido ao não cumprimento de requisitos de segurança.
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