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Jeitinho brasileiro

Com a COP-30 chegando, Belém corre contra o relógio para hospedar turistas

Até a COP-30, Belém precisa mais que dobrar o número de leitos para turistas
Até a COP-30, Belém precisa mais que dobrar o número de leitos para turistas. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Turistas, equipes, delegações e ambientalistas são alguns dos grupos que irão compor o número de mais de 40 mil visitantes que devem marcar viagem para Belém (PA). Durante o mês de novembro, eles estarão na capital para participar da COP-30, a Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), um dos eventos que virou menina dos olhos do governo Lula.

Essa estimativa, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e abraçada pelo governo federal, apresenta um enorme potencial econômico para o setor de turismo. Mas isso vem com grande desafio (e custo): a cidade precisa mais que dobrar o número de leitos para hospedar a todos.

Os esforços começaram em janeiro, com investimentos do estado. A Casa Civil, por meio da chamada “Secretaria Extraordinária para a COP30”, pegou R$ 224 milhões da Itaipu Binacional para criar “Vilas Líderes”, um espaço com 500 quartos de padrão cinco estrelas. Esse montante integra a cifra de R$ 1,7 bilhão que a estatal dedicou para infraestrutura em Belém, com foco em “gestão de resíduos sólidos, inovação em biotecnologia e paisagismo”.

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Após o evento, o espaço será transformado em um centro administrativo do governo estadual. E, apesar dos 500 novos quartos, o investimento ainda não é o bastante para resolver a questão. Para se ter ideia, 17 escolas públicas serão reformadas, mas não para o ensino, e sim para transformá-las em “espécies de hostel temporário”.

Outro “jeitinho brasileiro” será o de transformar dois transatlânticos em hotéis flutuantes, com 5 mil leitos. Procurada pela reportagem da Gazeta do Povo, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-PA) não respondeu sobre em que pé estão os preparativos. Mas o presidente da associação, Antônio Santiago, falou extensivamente sobre o assunto à estatal Agência Brasil.

“A hotelaria de Belém está a pleno vapor. Todos os hotéis estão passando por reformas para atender a COP-30”, disse ele, no começo do ano. Além de investimentos do próprio setor hoteleiro, o governo federal deu mais uma “forcinha” e destinou R$ 100 milhões, por meio do Fundo Geral de Turismo, para impulsionar a qualidade dos quartos. Santiago disse que Belém possuía apenas 18 mil leitos na ocasião e que as reformas ajudariam a cidade a atingir o número de 45 mil (considerando camas de casal, com cada uma contando como dois leitos).

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Aplicativos na jogada 

Belém também investe na aposta de parcerias com aplicativos de hospedagem, como Airbnb e Booking. Nestas plataformas, usuários podem cadastrar seus próprios imóveis e colocá-los como opção de locação por temporada.

No Airbnb, por exemplo, o aluguel de um imóvel que abriga apenas quatro pessoas sairá por R$ 51.803 durante a COP-30 (entre 10 e 21 de novembro). E, mesmo com o custo, os quatro turistas devem ficar no mesmo quarto, divididos entre duas camas. É potencial de investimento para quem tem o imóvel próprio, mas ressalta a alta procura por leitos no período do evento.

Em nota à Gazeta do Povo, a assessoria do aplicativo explica: “Os valores correspondentes às acomodações anunciadas no Airbnb são definidos pelos próprios anfitriões, que possuem total autonomia para gerenciar e personalizar seus anúncios, como a definição da disponibilidade da acomodação e a fixação do preço por noite.”

A empresa também aponta que, entre novembro de 2023 a março de 2025, o número de anúncios de acomodações explodiu na região de Belém. As opções quintuplicaram, chegando a 5 mil anúncios, ou 15 mil leitos, conforme estipula o Airbnb.

Também procurada pela reportagem, a Booking não revelou dados sobre número de leitos ou investimento. Contudo, afirmou que vem “apoiado a elaboração e cocriação de seminários – presenciais e virtuais – voltados a orientar parceiros de hospedagem, tanto novos quanto já existentes, com foco em ampliar a oferta de acomodações em Belém e em cidades vizinhas durante o período da Conferência”. Em novembro passado, o próprio governo do Pará ajudou a Booking a realizar um evento virtual ensinando a fazer o cadastramento de propriedades na plataforma.

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