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Crime organizado

Com piscina e vista para o mar, coberturas de luxo usadas pelo PCC são demolidas na Rocinha

Ação integrada demole 3 prédios usados pelo PCC, com coberturas de luxo e túnel para fuga.
Prédios abrigavam integrantes do PCC nas coberturas com piscina e túnel para fuga. (Foto: Fábio Costa / Divulgação SEOP)

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A demolição de três prédios erguidos ilegalmente pelo crime organizado na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, começou a ser executada por uma força-tarefa nesta quinta-feira (26). As construções tinham piscina, cozinha gourmet e vista para o mar de São Conrado. Segundo as investigações, as coberturas de luxo eram usadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os edifícios ficavam na região da Dionéia, em uma área de cerca de 2 mil metros quadrados e foram construídos após o desmatamento da encosta do morro, o que elevou o risco de desabamento.

Engenheiros da prefeitura carioca estimam que os imóveis custaram cerca de R$ 6 milhões aos responsáveis. Os prédios tinham acabamento de luxo e foram erguidos sem qualquer licença ou autorização municipal.

“Essa é mais uma operação da prefeitura do Rio para combater construções ilegais, especialmente na Rocinha, que é uma área que sofre influência do crime organizado armado”, afirma o secretário de Ordem Pública do Rio de Janeiro, Brenno Carnevale.

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Coberturas de luxo usadas pelo PCC estavam em área com risco ambiental

A operação deve seguir de forma manual, com uso de marretas, devido à dificuldade de acesso de máquinas pesadas ao local. As ações fazem parte de uma ofensiva contra a ocupação ilegal e a presença do crime organizado em áreas urbanas com riscos ambientais.

Em um dos prédios, os agentes encontraram churrasqueira, freezer abastecido e uma esteira de corrida. O espaço todo era monitorado internamente por câmeras de segurança. Em outra construção, de sete andares, havia uma piscina com cascata e uma parede falsa, que funcionava como acesso ao túnel para fugas pelo matagal.

“Os edifícios são usados por traficantes de drogas e, do ponto de vista administrativo, são construções absolutamente ilegais, sem licença, que colocam em risco não só o cumprimento da legislação urbanística, mas também o meio ambiente”, explica o secretário.

A ação integrada teve a participação do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público do Rio, da Secretaria de Ordem Pública, da Polícia Militar, do Ministério Público do Ceará e da Polícia Civil cearense.

Prédio do PCC contava com piscina e uma parede falsa, que funcionava como túnel usado para fugas. Prédio do PCC contava com piscina e uma parede falsa com acesso a túnel para fugas. (Foto: Fábio Costa / Divulgação SEOP)

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Coberturas de luxo eram ocupadas por fugitivos

As construções demolidas nesta quinta-feira também serviram de abrigo para integrantes do Comando Vermelho do Ceará. No final de maio, uma operação mirou esses criminosos escondidos na Rocinha, sendo que vários fugiram pela mata da Dionéia, a mesma área dos prédios.

“Com esse trabalho conseguimos não só preservar a vida das pessoas, como manter a ordem urbanística e asfixiar financeiramente o crime organizado”, ressaltou Carnevale.

Durante a operação em maio, o cabo Marcos Davi Lima José, de 37 anos, do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), foi baleado no pescoço. O disparo ocorreu próximo ao túnel Zuzu Angel. Ele foi socorrido no Hospital Miguel Couto e está em recuperação.

No último dia 18, a Polícia Civil do Ceará prendeu um homem de 21 anos, investigado como operador financeiro do Comando Vermelho na favela carioca. A prisão ocorreu em Santa Quitéria, no interior cearense.

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