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Os dados do último Censo divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o catolicismo segue como a religião com mais fiéis no Brasil, representando 56,7% da população. Entre os estados, o Piauí se destaca com a maior proporção de católicos, seguido por Ceará e Paraíba.
A proporção de católicos também continua alta no Sul e em Minas Gerais, mesmo com sinais de retração. De maneira geral, o índice vem diminuindo de forma contínua no país – em 2010, os católicos eram 65,1% da população.
O estado de Roraima é o que tem a menor proporção de católicos entre a população, com 37,89%. Índices semelhantes são registrados no Acre (38,93%) e Rio de Janeiro (38,92%).
Quais são os estados brasileiros com maior proporção de católicos?
Segundo o Censo de 2022, os estados com maior porcentual de população católica são:
• Piauí: 77,43%
• Ceará: 70,4%
• Paraíba: 68,96%
• Sergipe: 67,76%
• Rio Grande do Norte: 67,01%
• Maranhão: 64,36%
• Santa Catarina: 64,29%
• Alagoas: 64,16%
• Minas Gerais: 63,48%
• Paraná: 62,85%
• Rio Grande do Sul: 60,63%
• Pernambuco: 58,82%
• Tocantins: 58,67%
• Bahia: 56,98%
• Mato Grosso: 56,73%
• Pará: 54,35%
• São Paulo: 52,24%
• Goiás: 51,92%
• Mato Grosso do Sul: 51,9%
• Amapá: 51,04%
• Distrito Federal: 49,74%
• Espírito Santo: 47,82%
• Amazonas: 47,39%
• Rondônia: 40,87%
• Acre: 38,93%
• Rio de Janeiro: 38,92%
• Roraima: 37,89%
Quais são as cidades mais católicas do Brasil?
As cinco cidades com maior porcentual de católicos no país estão todas no Rio Grande do Sul e tiveram forte imigração europeia nos séculos XIX e XX.
Veja quais são as cidades mais católicas do Brasil:
1º - Montauri: a cidade mais católica do Brasil
No topo da lista está Montauri, pequeno município do norte gaúcho, onde 98,32% dos habitantes se declaram católicos.
A cidade nasceu da colonização italiana iniciada em 1904, quando famílias inteiras deixaram a Itália. A primeira construção de importância foi uma capela de madeira que virou o coração do povoado. Em 1937, essa devoção se formalizou com a criação da Paróquia São José, marco que perdura até hoje.

2º - Centenário: tradições polonesas em terra gaúcha
Na segunda posição vem Centenário, com 97,77% de católicos. Aqui, a história se repete, mas com sotaque polonês. O município, originalmente chamado São Paulo, foi construído por descendentes de imigrantes poloneses que chegaram no início do século XX.
3º - União da Serra: quando dois povoados se tornaram um
O terceiro lugar pertence à União da Serra, com 96,73% de católicos. O próprio nome conta a história: em 1992, dois distritos vizinhos - Oeste e Pulador - decidiram se unir para formar um único município. Mas as raízes são muito mais antigas.
A colonização começou em 1880, quando as famílias Galliozzi e Giordani, vindas diretamente da Itália, se estabeleceram na região que viria a ser conhecida como Pulador. Até hoje, quem visita União da Serra se depara com a arquitetura típica italiana – igrejas de pedra, casarões de madeira com varandas características, tudo lembrando as cidades do norte da Itália que essas famílias deixaram para trás.
4º - Vespasiano Corrêa: a última onda italiana
Com 96,7% de população católica, Vespasiano Corrêa ocupa a quarta posição. Este município tem uma particularidade histórica: foi uma das últimas regiões do Rio Grande do Sul a receber imigrantes diretamente da Itália, processo que começou em 1888.
Além dos italianos, muitos vindos de outras colônias já estabelecidas no estado, chegaram também famílias francesas e polonesas. Essa mistura de nacionalidades, todas com forte tradição católica europeia, criou uma comunidade única, onde as diferenças de origem se diluíram na fé.
Até hoje, os eventos comunitários de Vespasiano Corrêa refletem essa herança multicultural católica.
5º - Nova Alvorada: cidade construída na esperança
Fechando o ranking das cinco cidades mais católicas do Brasil, Nova Alvorada registra 96,6% de fiéis. Fundada por volta de 1915 por imigrantes italianos e seus descendentes, a cidade nasceu literalmente da esperança – daí o nome que evoca um "novo amanhecer".
Esses pioneiros não chegaram apenas com vontade de prosperar economicamente. Assim que se estabeleceram, trataram de construir não só casas e comércios, mas também escolas e, principalmente, igrejas. O primeiro nome do povoado era "Povoado Novo", depois "Alvorada", carregando o simbolismo de um recomeço iluminado pela fé.
A igreja não era apenas um prédio na praça central. Batizados, casamentos, funerais, festividades religiosas: tudo passava pelos altares católicos, consolidando uma tradição que se mantém mais de um século depois.
Números de outras religiões
Os evangélicos mantêm uma trajetória de crescimento acelerado no país e hoje somam 26,9% dos brasileiros, quase o triplo do registrado em 1991.
No Norte do país, as religiões evangélicas já superam o catolicismo em alguns estados. No Acre, por exemplo, 44,4% da população se declara evangélica, contra 38,1% de católicos. Rondônia também tem mais evangélicos (41,1%) do que católicos (40,8%), assim como o Amazonas (39,4% contra 36,2%).
Enquanto isso, religiões de matriz africana como umbanda e candomblé têm maior expressão no Sul e Sudeste do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul. Lá, 3,2% da população seguem essas religiões – a maior proporção entre todos os estados do país. Também se destacam o Rio de Janeiro (2,6%) e São Paulo (1,5%).
*Este texto compilou dados utilizando a ferramenta Google NotebookLM.



