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O dia 23 de abril é um dos mais aguardados em algumas cidades do Brasil. Nessa data, comemora-se o Dia de São Jorge – o Santo Guerreiro – com festas tradicionais e feriado estadual no Rio de Janeiro. A data, porém, não é considerada feriado nacional.
Grande parte das cidades fluminenses se mobiliza para homenagear o Santo Guerreiro com tradições seculares, como é o caso da queima de fogos na madrugada.
Porém, engana-se quem pensa que o evento acontece somente no RJ e em seus arredores. Outras localidades brasileiras também consideram importante a exaltação de São Jorge, como é o caso de:
- São Jorge de Ilhéus, na Bahia;
- São Jorge d’Oeste, no Paraná;
- São Jorge do Ivaí, no Paraná;
- São Jorge do Patrocínio, no Paraná;
- São Jorge, no Rio Grande do Sul.
Quem foi São Jorge e de quem ele é protetor?
Considerado padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros, São Jorge nasceu na Capadócia por volta do ano 275 d.C. É importante destacar que alguns historiadores afirmam não haver comprovação de sua existência histórica – porém, as religiões acreditam em sua origem e atuação.

Diz-se que, após um tempo na atual Turquia, ele foi para a Palestina e serviu como soldado romano. Sua canonização, em 494, ocorreu pelo fato de seguir o Cristianismo e recusar-se a perseguir cristãos durante os séculos III e IV – atitude que levou à sua execução.
O Santo também é padroeiro em outras regiões do mundo, como na Inglaterra, Portugal, Sérvia e Geórgia. Reconhecido mundialmente como sinônimo de coragem, o Dia de São Jorge é celebrado em 23 de abril – data de sua morte.
São Jorge realmente lutou com um dragão?
Não. Trata-se apenas de uma lenda. Toda a narrativa teve início com o escriba Jacopo de Varazze, no livro “Lenda Dourada”. O autor reuniu histórias fictícias dos primeiros santos em uma só obra.
O conto em que São Jorge é o protagonista tem o enredo centrado em uma cidade atormentada por um dragão que incendiava moradias e contaminava água. Para aplacar o sofrimento, virgens eram entregues como sacrifício.
O ápice da história ocorre quando o Santo mata o dragão justamente no momento em que a filha do rei seria sacrificada. A partir disso, toda a cidade se converte ao Cristianismo.
Qual é a oração de São Jorge?
A oração de São Jorge é uma homenagem pelos seus atos fiéis, sendo amplamente conhecida como:
“Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e a confiança, abri meus caminhos.
Eu andarei vestido e armado com vossas armas, para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem; tendo mãos, não me peguem; tendo olhos, não me enxerguem; e nem em pensamentos possam me fazer mal.
Armas de fogo ao meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estendei vosso escudo e vossas poderosas armas, defendendo-me com vossa força e grandeza.
Ajudai-me a superar todo desânimo e a alcançar a graça que vos peço (neste momento é citado o pedido).
Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.
São Jorge, rogai por nós. Amém!”
Como é a tradicional festa de São Jorge no Rio de Janeiro?
A comemoração tem início logo às 5h da manhã, tradicionalmente nos arredores da Igreja Matriz de Quintino, em Quintino Bocaiúva, Rio de Janeiro. A alvorada de fogos marca o começo da festa, acompanhada por barraquinhas gastronômicas espalhadas pela cidade – que permanecem em funcionamento até a noite.
A celebração se estende por todo o estado, assim como as missas que atraem milhares de fiéis na Cidade Maravilhosa.
Vale lembrar que o prato típico da festa é a feijoada, símbolo das religiões afro-brasileiras que também celebram a data. Para essas tradições, trata-se de um exemplo de sincretismo religioso, associando-se o orixá Ogum – divindade guerreira do candomblé e da umbanda – a São Jorge.



