
Ouça este conteúdo
O CEO da empresa sul-coreana Innospace, Kim Soo-jong, pediu desculpas nesta terça (23) após o fracasso do primeiro lançamento comercial de um foguete a partir do Brasil, realizado no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), na véspera. A missão, considerada estratégica para a presença comercial da empresa no país, foi interrompida poucos segundos após a decolagem por causa de uma falha técnica.
Segundo a Innospace, uma anomalia foi identificada cerca de 30 segundos depois do lançamento do foguete HANBIT-Nano, o que levou à decisão de executar a queda controlada do veículo. A empresa informou que o procedimento seguiu os protocolos previstos e ocorreu dentro da zona de segurança terrestre previamente definida, sem danos.
“Com base nos dados e análises obtidos neste lançamento, a empresa dará início rapidamente às correções técnicas necessárias e a verificações adicionais, passando por um processo adequado de melhorias. Nosso objetivo é retomar os lançamentos comerciais no primeiro semestre do próximo ano”, afirmou em nota.
O lançamento do foguete, na noite de segunda (22), ocorreu às 22h13 com transmissão ao vivo acompanhada pelo público e por técnicos envolvidos no projeto. Durante a exibição, a equipe exibiu a mensagem “We experienced an anomaly during the flight”, antes de o sinal ser interrompido minutos depois.
Apesar de o objetivo principal não ter sido alcançado, a Innospace afirmou que conseguiu coletar dados importantes de voo, propulsão e operação em ambiente real. A empresa considera essas informações essenciais para corrigir falhas e aumentar a confiabilidade dos próximos lançamentos.
“Assim como ocorreu com outras grandes empresas globais de lançadores, que aumentaram a maturidade tecnológica acumulando dados reais nas fases iniciais de seus lançamentos comerciais, acreditamos que esta experiência será uma base fundamental para elevar a probabilidade de sucesso dos próximos lançamentos”, seguiu o comunicado.
O voo não era tripulado e tinha como finalidade colocar em órbita equipamentos voltados à coleta de dados ambientais, testes de comunicação, monitoramento de fenômenos solares e validação de tecnologias de navegação. A missão foi batizada de Spaceward e fazia parte da estratégia de expansão comercial da Innospace.
VEJA TAMBÉM:
O foguete Hanbit-Nano tinha 21,3 metros de altura e cerca de 20 toneladas, sendo capaz de transportar múltiplas cargas leves. Nesta missão, levava oito cargas úteis, sete brasileiras e uma indiana, com peso total aproximado de 18 quilos.
“A Innospace utilizará esta experiência como um trampolim para elevar ainda mais sua maturidade tecnológica e se empenhará ao máximo para apresentar resultados mais estáveis e significativos no futuro”, completou.
Entre os equipamentos brasileiros estavam os satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, da Universidade Federal de Santa Catarina, além de sistemas de navegação desenvolvidos por empresas nacionais com apoio da Agência Espacial Brasileira. A operação de lançamento contou com 27 profissionais responsáveis por monitorar e autorizar cada etapa do processo.








