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Fuzil de fugitivos
Fuzil estava escondido sob assento de um dos três carros do “comboio do crime” que pretendia tirar dupla do país.| Foto: divulgação/PF

A Polícia Federal encontrou neste sábado (6) mais um fuzil que estava no “comboio do crime” que transportava os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), presos na quinta (4) após 50 dias de buscas.

Segundo a corporação, a arma estava escondida sob os assentos de um dos três veículos e foi encontrada por um cão farejador da Guarda Municipal de Marabá (PA), onde os fugitivos foram recapturados. Outros quatro criminosos também foram detidos na mesma operação.

Além do fuzil – o segundo encontrado com o comboio – também foram apreendidos dois carregadores e 55 munições. Ao todo, três veículos foram interceptados durante a operação de recaptura.

O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, afirmou no dia que o grupo pode ter ligações com o Comando Vermelho – a facção criminosa a que os fugitivos pertenciam – e pretendia tirar a dupla do país. A captura deles ocorreu a cerca de 1,6 mil quilômetros de distância de Mossoró.

Na sexta (5), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, informou que as investigações foram ampliadas para apurar as circunstâncias da fuga e a rede de apoio que os levou até o estado do Pará.

“A apuração engloba todas as circunstâncias. Isso inclui a fuga e os motivos que permitiram que essas pessoas tenham saído do presídio. A Polícia Federal apura crimes, e ali houve um crime. A fuga e a facilitação, que estamos apurando em todas as suas circunstâncias”, disse Rodrigues.

A operação de busca de Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento durou 50 dias e foi considerada como um tempo “razoável” por Lewandowski. No entanto, o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, considerou que o período “não é bom”.

“Não era isso que nós pretendíamos, mas, quando você considera o local da fuga, complicado e complexo, com cavernas, densidade populacional e tudo mais, a geografia e todas as circunstâncias que envolveram esse fato, 50 dias acabou sendo, não é bom. Mas, enfim, conseguimos prender e terminamos com essa questão”, afirmou.

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Como foi a recaptura

Rogério e Deibson foram detidos após 50 dias de fuga em um comboio com outros quatro criminosos divididos em três veículos, a que o ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, chamou de “comboio do crime”. A dupla chegou até o Pará após sair do Rio Grande do Norte através do Ceará.

O cerco ocorreu na BR-222 próximo a uma ponte que atravessa o Rio Tocantins. Com eles, foram apreendidos oito telefones celulares, um fuzil, munições, dinheiro em espécie, cartão de crédito e outros objetos. Também foram encontrados alimentos, água e roupas nos veículos.

A captura dos dois fugitivos ocorreu, ainda, seis dias depois da presença da Força Nacional ter sido desmobilizada no Rio Grande do Norte, em que o Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu não renovar o uso por conta da mudança de estratégia da operação.

Apesar do longo tempo entre a fuga e a recaptura, de 50 dias, Lewandowski considerou que o prazo “segue paradigmas internacionais”.

Lewandowski informou que a prisão dos fugitivos só foi possível após uma “mudança da estratégia policial”, que teve que expandir a busca para mais de mil quilômetros de distância do presídio e passou a contar com o sistema de inteligência.

O ministro ainda acrescentou que houve dificuldade na busca, porque os fugitivos foram “coadjuvados por criminosos externos e tiveram, portanto, o auxílio de seus companheiros das organizações criminosas a quais eles pertenciam”.

Esta foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal criado em 2006, que inclui outras unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

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