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Fachada da Secretaria de Estado da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro.
Polícia Civil investiga atuação de grupo de “justiceiros” no Rio de Janeiro.| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

Moradores de Copacabana, bairro na zona sul do Rio, têm se organizado em grupos de “justiceiros” para “caçar” pessoas suspeitas de cometerem crimes na região. Nas redes sociais, circulam vídeos que mostram a mobilização do grupo nas ruas do bairro e conversas por WhatsApp. Em uma das mensagens, um homem enviou uma imagem de um soco-inglês e afirmou que iria “quebrar os ossos da cara” e deixar os assaltantes “pior do que eles deixaram o coroa”.

Na noite de sábado (2), um empresário, de 67 anos, foi agredido com socos e chutes após tentar ajudar uma mulher que estava sendo assaltada. Ele chegou a desmaiar e precisou ser socorrido para uma unidade de pronto atendimento (UPA) da região. O crime ocorreu na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais vias do bairro.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro disse que identificou o homem que atacou o empresário. “​Ele tem nove anotações criminais por roubo, furto e tráfico de drogas, por atos praticados desde a adolescência, e já foi preso duas vezes desde que atingiu a maioridade.​ Os agentes buscam identificar os demais envolvidos e reunir outras evidências para concluir o inquérito”, diz o comunicado da corporação divulgado nesta quarta-feira (6).

Além disso, a Polícia Civil afirmou que tomou conhecimento da atuação do grupo de justiceiros e que “diligências estão em andamento para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos”. O Código Penal determina que “fazer justiça com as próprias mãos" é crime previsto no artigo 345. Na noite de terça-feira (5), o grupo espancou um homem que, segundo eles, já tinha cometido furtos na região usando uma faca. O vídeo da ação, divulgado nas redes sociais, mostra seis pessoas agredindo o homem com pedaços de pau, socos e chutes.

Secretário de Segurança do Rio diz que justiceiros são o berço da milícia

O novo secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, afirmou que grupos de justiceiros são o “berço” da milícia. Segundo ele, as atividades do grupo estão sendo monitoradas e que "não se justifica um crime cometendo outro". O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), recriou a Secretaria de Segurança Pública no final de novembro. A pasta tinha sido extinta pelo ex-governador Wilson Witzel em 2019.

"O berço da milícia é exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E antes da milícia, nós tínhamos os grupos de extermínio… Praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, todos são criminosos. O justiceiro é criminoso", disse o secretário em entrevista à GloboNews.

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