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Mina Alagoas
Defesa Civil de Maceió vê tendência de estabilidade natural, mas não descarta risco de afundamento localizado do solo.| Foto: Edvan Ferreira/Agência Alagoas

O ritmo de deslocamento da mina de sal-gema em Maceió que corre risco de colapso há mais de uma semana diminuiu no começo desta segunda-feira (4), de acordo com a Defesa Civil do estado de Alagoas. O monitoramento aponta que a velocidade de movimentação do solo alcançou 0,25 cm por hora e sem registros de microssismos há mais de 24 horas.

Até o domingo (3), o terreno da região do bairro Mutange estava se deslocando em torno de 0,70 cm por hora e, em uma semana, o afundamento alcançou 1,70 m. Essa redução do ritmo de deslocamento, que levou a uma evacuação de cerca de 60 mil pessoas, aponta que o solo pode estar começando a se estabilizar naturalmente, descartando a possibilidade de um grande colapso.

Apesar deste cenário, Abelardo Nobre, coordenador da Defesa Civil de Maceió, diz que o governo ainda trabalha com alerta máximo. De acordo com ele, há uma tendência de que o solo está “no caminho da estabilização”.

“As tensões no solo devem estar equilibrando, isso traz pra gente um cenário menos trágico, com um impacto menor. A mina pode vir a se auto-preencher sem causar uma ruptura abrupta, que era um outro cenário também descrito pelos dados lá no dia 28”, disse.

Veja onde está localizada a mina com risco de colapso e a área afetada:

Até a última sexta (1º), o governo alagoano trabalhava com a possibilidade de um colapso iminente ainda no fim de semana, mas que mudou para um risco de afundamentos mais localizados. Nobre explicou que uma reavaliação deve ser feita ainda nesta tarde, e que ainda não há previsão de quando os moradores dos bairros afetados podem voltar para casa – em torno de 20% do município pode ser afetado por um eventual colapso da mina.

Os problemas na mina da Braskem em Maceió começaram em 2018, com tremores causando rachaduras em ruas e afundamento do solo em cinco bairros. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano, causando uma grande desvalorização imobiliária.

Um acordo entre a petroquímica e a força-tarefa determinou indenizações para proprietários de 14,5 mil residências, que alegaram demora e valores injustos. A Braskem indenizou o município em R$ 1,7 bilhão em julho de 2022, mas o governo estadual não fechou acordo.

O fechamento das 35 minas da petroquímica iniciou em 2019 e, desde então, a Braskem diz que monitora a mina com risco de colapso e colabora com as autoridades. O governo federal autorizou um empréstimo de US$ 40 milhões para Maceió lidar com o risco ambiental.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que, embora o licenciamento seja responsabilidade do governo estadual, o Ibama acompanha a situação, atuando suplementarmente para apoiar em questões de alto risco. A COP-28 também está atenta aos desdobramentos, destacando a gravidade da ameaça ambiental em Maceió.

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