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O jornalista Mino Carta morreu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado na UTI há duas semanas. A morte foi confirmada às 5h59 desta terça-feira (2). A causa não foi divulgada.
Nascido em Gênova, na Itália, chegou ao Brasil com a família em 1946. O avô Luigi Becherucci e o pai, Giannino, já atuavam no jornalismo.
Abandonou o curso de Direito em 1956 e voltou para a Itália. Em Turim, trabalhou na Gazzetta del Popolo e colaborou com jornais brasileiros.
Retornou ao Brasil e, aos 27 anos, assumiu a Quatro Rodas, a convite de Victor Civita, em 1960. Também liderou o Jornal da Tarde, criado em 1966, marcado pela linguagem inovadora e pelo design considerado revolucionário.
Mino Carta considerava CartaCapital a sua maior obra
Com Cláudio Abramo, lançou o Jornal da República em 1979, durante a abertura política. O projeto encerrou pouco depois, por dificuldades financeiras.
Na ditadura, enfrentou pressões ao dirigir a Veja. A revista publicou denúncias de tortura e sofreu censura.
Em declarações recentes, expressou desencanto com a política e criticou os rumos do jornalismo. Declarou que a imprensa estava “escravizada pelas novas mídias”.
Considerava a CartaCapital, fundada em 1994, a sua maior obra. Recebeu o título de doutor honoris causa da Faculdade Cásper Líbero, mesmo sem formação superior.
Além do jornalismo, cultivou a literatura. Publicou Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016).
Mino foi casado com Maria Angélica Pressoto, morta em 1996. Teve dois filhos: Gianni, jornalista falecido em 2019, e Manuela.
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