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Na tarde de quinta-feira (10), o Cânion Fortaleza, localizado no Parque Nacional da Serra Geral, em Cambará do Sul (RS), foi palco de um trágico acidente. Bianca Bernardon Zanella, uma menina de 11 anos, morreu após cair de uma altura de 70 metros enquanto visitava o local com sua família.
Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, o acidente ocorreu enquanto a família, originária de Curitiba (PR), fazia um passeio turístico na região. Bianca, que tinha transtorno do espectro autista, estava com os pais e dois irmãos.
A queda aconteceu no momento em que a família se dirigia a um local para se sentar. Bianca teria saído correndo e acabou sofrendo a queda fatal.
Resgate e confirmação da morte
O resgate foi iniciado assim que a criança foi localizada com auxílio de um drone com câmera térmica, seis horas após a queda. Porém infelizmente a menina foi encontrada sem vida. A área onde ocorreu o acidente não possuía cercas de proteção, um detalhe que tem gerado discussões sobre a segurança em pontos turísticos como esse. O corpo de Bianca foi retirado do cânion por volta das 23h, e o governo do Paraná se prontificou a fornecer um avião para o translado do corpo para Curitiba.
Investigações
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte da criança de 11 anos que caiu de um mirante do Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na Serra do RS. De acordo com a delegada Fernanda Aranha, responsável pelo caso, a perícia será acionada para esclarecimentos sobre as regras de segurança aplicadas ao local.
"A perícia agora também é para apurar questões técnicas, as regras de segurança do parque, como a sinalização no trajeto dessa base onde havia a lanchonete até o ponto do mirante, onde ocorreu o fato, para podermos contribuir na elucidação dos fatos. Ontem percorrendo o trajeto até o local, percebemos, em alguns pontos, sinalização de cautela, de altura, mas especificamente naquele ponto do mirante não havia uma contenção", disse delegada em entrevista ao jornal Pioneiro.
Onde fica o Cânion Fortaleza
Localizado a 213 quilômetros da capital Porto Alegre, o Cânion Fortaleza possui uma extensão de 7,5 km e é conhecido por suas paredes rochosas que se erguem a até 900 metros de altura. O local oferece trilhas autoguiadas, como a Trilha do Mirante, que proporciona uma vista panorâmica do cânion e dos arredores. Sendo uma das principais atrações turísticas da região de Cambará do Sul, ele atrai visitantes de todo o Brasil em busca de suas imponentes paisagens e trilhas.
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Caso ocorre dias depois da morte de Juliana
Recentemente, o caso da publicitária brasileira Juliana Marins, que morreu após cair do Monte Rinjani, na Indonésia, também chamou a atenção. O acidente ocorreu na manhã do último dia 21, mas o corpo da jovem só foi encontrado na noite do dia 24.
De acordo com os peritos responsáveis pela autópsia realizada no Brasil, Juliana faleceu 32 horas após a primeira queda, em decorrência dos ferimentos da queda. Os detalhes do exame foram divulgados em uma coletiva de imprensa realizada na Defensoria Pública da União, que acompanha o caso a pedido da família.
Segurança em cânions e parques
Em entrevista à Gazeta, o Major Wasenkeski, da Brigada Militar gaúcha, deu algumas dicas importantes de segurança para esse tipo de passeio. Segundo ele, "a gente sabe que esses locais têm normalmente regras ao entrar no parque. Além de informaçoes dos guias ou nas estradas, quando se compra ingressos."
O major também falou sobre o cuidado com os filhos. "Crianças pequenas nunca devem estar sem controle ou livres de movimento total, pois nao têm noção dos perigos. Evidentemente, existem placas informativas sobre os locais mais perigosos. Jamais de devem desrespeitar estas placas, pois os danos podem ocorrer."
Ele também ressaltou a importância de se avisar algum familiar ou amigo quando se faz um passeio na natureza, a fim de facilitar a localização em caso de desaparecimento. Além disso, alertou que nem sempre existem guias quando não se tratam de parques fechados. Nesses casos, avalia que "o problema é maior, pois pode não haver controle, exigindo ainda mais atenção dos pais". E acrescentou que à noite ou em dias chuvosos ou úmidos o risco de acidentes é ainda maior.
Por fim, o major lamentou o incidente. Segundo ele, "às vezes eles (os pais) não têm culpa, pois acidentes não previsíveis acontecem". E concluiu dizendo ficar "pensando na tristeza dos pais que podem estar se sentindo culpados. Mas crianças, às vezes, são imprevisíveis. Não dá para culpar sempre os pais".



