• Carregando...
Mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas cheias no Rio Grande do Sul, informou a Defesa Civil do estado.
Mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas cheias no RS.| Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Na noite deste sábado (25), o Rio Grande do Sul (RS) contabilizou 166 mortes em decorrência da tragédia climática causada pelas chuvas, conforme relatório da Defesa Civil. Desde sexta-feira (24), três novas mortes foram confirmadas. As enchentes que deixaram 581 mil pessoas desalojadas continuam afetando 469 municípios. Mais de 77 mil foram resgatadas e 55 mil encontram-se em abrigos.

Ainda de acordo com o boletim, 61 pessoas estão desaparecidas e 806 ficaram feridas. As enchentes também causaram bloqueios em estradas, pontes e balsas. Os últimos dados apontam para 72 trechos com bloqueios totais e parciais em 43 rodovias. Além disso, mais de 52 mil pontos atendidos pela distribuidora de energia CEEE Equatorial e 74 mil atendidos pela RGE Sul estão sem energia elétrica. Em relação aos serviços de telefonia e internet, dois municípios atendidos pela Vivo permanecem sem a normalização dos serviços.

Nível do Guaíba oscila acima da cota de inundação

O nível do Guaíba em Porto Alegre, medido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na estação cais Mauá, atingiu 4,12 metros às 8h deste domingo (26), permanecendo cerca de um metro acima da cota de inundação, de 3 metros. Até a noite de sábado (25), o nível diminuiu 25 centímetros, mas ainda supera os 4 metros devido às intensas chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

Especialistas alertam para a possibilidade de cheias prolongadas, com previsão de mais chuvas nos próximos dias. As baixas temperaturas agravam a situação dos desalojados, com sensação térmica atingindo 13°C em Porto Alegre e 5°C na serra gaúcha, em cidades como Gramado e Caxias do Sul.

Saúde investiga 800 suspeitas de leptospirose no RS

O Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) está investigando mais de 800 amostras de casos suspeitos de leptospirose. Este aumento de casos é atribuído ao longo período de cheias, que aumentou a exposição da população à doença.

Vinculado à Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Lacen/RS está funcionando de maneira integral, das 7h às 19h, e utiliza dois métodos de diagnóstico: RT-PCR e diagnóstico sorológico. “A realização de exames está disponível para todos os casos considerados suspeitos e que tiveram exposição à enchente”, diz Loeci Natalina Timm, diretora do Lacen/RS.

O RT-PCR é indicado para amostras coletadas nos primeiros dias de sintomas, detectando a presença da bactéria. Já o diagnóstico sorológico é usado para amostras de pacientes com sintomas há mais de sete dias, identificando os anticorpos produzidos pelo organismo contra a bactéria Leptospira.

Até a quinta-feira (23), foram registradas 1.072 notificações de leptospirose no Rio Grande do Sul, com 54 casos confirmados e quatro mortes. Outros quatro óbitos estão sob investigação.

Infecção febril aguda, a leptospirose é transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, especialmente ratos. O contágio ocorre através da pele com lesões ou se exposta por longos períodos à água contaminada, além de mucosas.

Os sintomas variam de um a 30 dias após a exposição e incluem febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (particularmente nas panturrilhas) e calafrios. Ao apresentar sintomas, é crucial procurar um serviço de saúde e relatar qualquer exposição de risco.

O tratamento com antibióticos deve ser iniciado conforme orientação médica, sendo mais eficaz na primeira semana de sintomas, sem necessidade de aguardar o diagnóstico laboratorial.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]